São Paulo, sábado, 07 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Música para o planeta

Live Earth, com 24 horas de shows, passa pelo Rio a partir das 16h, com atrações que vão de Xuxa a Lenny Kravitz; evento, que acontece em 8 países, procura chamar atenção para mudanças no clima

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Quando você estiver lendo este texto, já terão se iniciado ao redor do mundo as 24 horas do gigantesco Live Earth, evento criado para chamar a atenção do planeta, pela boca de estrelas badaladas, para o drama das mudanças climáticas.
Reunindo mais de cem artistas em nove cidades de todos os continentes -haverá até uma banda de esquimós tocando na Antártica-, os "shows contra o clima em crise", como definem seus organizadores, pretendem atingir uma audiência de 2 bilhões de pessoas.
Confirmadas as expectativas da produção, 500 mil dessas pessoas estarão na praia de Copacabana, na zona sul do Rio, para assistir, a partir das 16h, à única das celebrações que terá entrada franca. O evento foi orçado em R$ 3,8 milhões, dos quais cerca de R$ 1,5 milhão pago pela Prefeitura do Rio.
O show acontece no mesmo local em que os Rolling Stones se apresentaram em 2006 -num palco na areia em frente ao hotel Copacabana Palace-, e reúne os brasileiros Xuxa, Jota Quest, Marcelo D2 (com participação de Alcione), MV Bill, Vanessa da Mata, O Rappa e Jorge Ben Jor, além dos norte-americanos Pharell Williams, Macy Gray e Lenny Kravitz.
Espalhadas pelas demais cidades -Nova York, Londres, Sidney, Tóquio, Xangai, Johannesburgo e Hamburgo- estarão celebridades "ecologicamente corretas" (pelo menos no discurso) como Madonna, Beastie Boys, Red Hot Chili Peppers e The Police.
Ontem foi anunciado também um show extra em Washington, com os cantores country Garth Brooks e Trisha Yearwood.
"Os músicos envolvidos nessa causa têm um alcance tremendo e a capacidade de envolver as pessoas em torno dos temas que importam", explicou o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore, um dos mentores do projeto, em entrevista à revista norte-americana "Billboard".
"Isso dá um impulso ao esforço para resolver a crise do clima que seria difícil de gerar de outro modo", completou Gore, que esteve no Rio em maio para anunciar a participação da cidade no Live Earth.
Gore celebrizou-se como defensor do clima a partir do documentário "Uma Verdade Inconveniente" (2006), vencedor do Oscar, e atualmente preside a Aliança para a Proteção do Clima, organização que ficará com o lucro do evento.
O Live Earth (algo como Terra viva) também reúne organizações não-governamentais célebres por sua luta ambiental, como a WWF. Por outro lado, tem entre seus patrocinadores e parceiros duas fabricantes de carros, a DaimlerChrysler e a Chevrolet.

Segurança
O braço carioca do evento esteve ameaçado de não acontecer depois que a Justiça suspendeu o show, na terça, atendendo pedido liminar do Ministério Público Estadual.
Baseado em um ofício do chefe do Estado Maior da Polícia Militar, o Ministério Público afirmava que a PM não conseguiria garantir a segurança em Copacabana, já que suas forças estariam divididas entre o Pan, as operações no Complexo do Alemão e um evento religioso marcado para o Aterro do Flamengo.
Anteontem, com a transferência do evento do Aterro para a praça da Apoteose, a PM retirou sua oposição ao show em Copacabana e a Justiça revogou a liminar que o proibia, mas o Ministério Público disse que iria recorrer.
O efetivo de segurança terá um total de 583 policiais, recrutados de vários batalhões da região metropolitana, que serão divididos entre pontos fixos e ronda. Segundo a organização, haverá ainda postos de saúde com 80 leitos no total, cinco câmeras de vigilância e 300 banheiros químicos.
Como transporte, além dos ônibus e táxis, o metrô funcionará com frota máxima de 33 trens, com intervalos de até quatro minutos.


Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Multishow exibe evento no Rio; web acompanha outros países
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.