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Música para o planeta
Live Earth, com 24 horas de shows, passa pelo Rio a partir das 16h, com atrações que vão de Xuxa a Lenny Kravitz; evento, que acontece em 8 países, procura chamar atenção para mudanças no clima
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Quando você estiver lendo
este texto, já terão se iniciado
ao redor do mundo as 24 horas
do gigantesco Live Earth, evento criado para chamar a atenção do planeta, pela boca de estrelas badaladas, para o drama
das mudanças climáticas.
Reunindo mais de cem artistas em nove cidades de todos os
continentes -haverá até uma
banda de esquimós tocando na
Antártica-, os "shows contra o
clima em crise", como definem
seus organizadores, pretendem
atingir uma audiência de 2 bilhões de pessoas.
Confirmadas as expectativas
da produção, 500 mil dessas
pessoas estarão na praia de Copacabana, na zona sul do Rio,
para assistir, a partir das 16h, à
única das celebrações que terá
entrada franca. O evento foi orçado em R$ 3,8 milhões, dos
quais cerca de R$ 1,5 milhão pago pela Prefeitura do Rio.
O show acontece no mesmo
local em que os Rolling Stones
se apresentaram em 2006
-num palco na areia em frente
ao hotel Copacabana Palace-,
e reúne os brasileiros Xuxa, Jota Quest, Marcelo D2 (com participação de Alcione), MV Bill,
Vanessa da Mata, O Rappa e
Jorge Ben Jor, além dos norte-americanos Pharell Williams,
Macy Gray e Lenny Kravitz.
Espalhadas pelas demais cidades -Nova York, Londres,
Sidney, Tóquio, Xangai, Johannesburgo e Hamburgo- estarão celebridades "ecologicamente corretas" (pelo menos
no discurso) como Madonna,
Beastie Boys, Red Hot Chili
Peppers e The Police.
Ontem foi anunciado também um show extra em
Washington, com os cantores
country Garth Brooks e Trisha
Yearwood.
"Os músicos envolvidos nessa causa têm um alcance tremendo e a capacidade de envolver as pessoas em torno dos temas que importam", explicou o
ex-vice-presidente dos EUA Al
Gore, um dos mentores do projeto, em entrevista à revista
norte-americana "Billboard".
"Isso dá um impulso ao esforço para resolver a crise do
clima que seria difícil de gerar
de outro modo", completou
Gore, que esteve no Rio em
maio para anunciar a participação da cidade no Live Earth.
Gore celebrizou-se como defensor do clima a partir do documentário "Uma Verdade Inconveniente" (2006), vencedor
do Oscar, e atualmente preside
a Aliança para a Proteção do
Clima, organização que ficará
com o lucro do evento.
O Live Earth (algo como Terra viva) também reúne organizações não-governamentais célebres por sua luta ambiental,
como a WWF. Por outro lado,
tem entre seus patrocinadores
e parceiros duas fabricantes de
carros, a DaimlerChrysler e a
Chevrolet.
Segurança
O braço carioca do evento esteve ameaçado de não acontecer depois que a Justiça suspendeu o show, na terça, atendendo pedido liminar do Ministério Público Estadual.
Baseado em um ofício do
chefe do Estado Maior da Polícia Militar, o Ministério Público afirmava que a PM não conseguiria garantir a segurança
em Copacabana, já que suas
forças estariam divididas entre
o Pan, as operações no Complexo do Alemão e um evento religioso marcado para o Aterro do
Flamengo.
Anteontem, com a transferência do evento do Aterro para
a praça da Apoteose, a PM retirou sua oposição ao show em
Copacabana e a Justiça revogou a liminar que o proibia, mas
o Ministério Público disse que
iria recorrer.
O efetivo de segurança terá
um total de 583 policiais, recrutados de vários batalhões da região metropolitana, que serão
divididos entre pontos fixos e
ronda. Segundo a organização,
haverá ainda postos de saúde
com 80 leitos no total, cinco câmeras de vigilância e 300 banheiros químicos.
Como transporte, além dos
ônibus e táxis, o metrô funcionará com frota máxima de 33
trens, com intervalos de até
quatro minutos.
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