São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2001 |
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Lang dedicaria Nobel da Paz ao autor
EM PARIS
O ENCONTRO - "Conheci Jorge
Amado na minha primeira viagem à Bahia, em 82 ou 83. Ele me
buscou no aeroporto. Já o conhecia por suas obras e pelo que me
falavam os amigos em comum,
mas fiquei impressionado em encontrar um personagem que, para mim, era uma lenda viva. Ele
me apresentou à Bahia, penetrei
no coração de Salvador graças a
ele, que me introduziu no candomblé. Passamos dias maravilhosos." A AMIZADE - "São 15 anos de encontros e contatos sucessivos. Encontramo-nos em Paris, na minha casa, em reuniões, congressos
intelectuais. Também encontramos Mitterrand juntos. Há pouco
tempo, fui novamente à Bahia,
com Zélia e Jorge Amado, quando
conheci outras cidades." O ESCRITOR - "Ele é um grande
escritor, um dos gigantes, não só
da literatura latino-americana,
mas mundial. Não é normal que
ele não tenha recebido o Prêmio
Nobel, mas isso não tem muita
importância. Ele é mais que um
prêmio. Para mim, Jorge Amado
seria Nobel da Literatura e da Paz,
por sua profunda bondade, amizade e fraternidade. É um criador,
mas é profundamente humano,
um verdadeiro humanista. Tem
um coração de ouro e um amor
extraordinário por seu país e pela
humanidade. Amado transborda
bondade pelo olhar, por seus gestos, pelas palavras, pelo seu jeito
de ser." O CASAL - "Não se pode dissociar
Jorge Amado de Zélia Gattai. É
um casal harmonioso. Zélia é fotógrafa, escritora, uma artista.
Trata-se de uma mulher verdadeiramente maravilhosa, de uma
doçura ímpar. É a maior qualidade do mundo, eles são a ilustração
do que é a vida dividida a dois. Ela
o inspira, eles se nutrem mutuamente da inteligência e da abertura de espírito. Apesar disso, não é
um casal fechado em si, é um casal
voltado para a vida, para os outros, um modelo na vida de hoje." A CASA DE AMADO - "Eles têm
uma bela casa em Salvador. É
simples, construída com refinamento e elegância, mas é incrível
como inspira confiança e atrai os
artistas." O ÚLTIMO ENCONTRO - "A última
vez que nos vimos foi em Paris,
quando o presidente Fernando
Henrique Cardoso esteve aqui.
Foi quando a Zélia me disse que
Jorge Amado estava doente e que
talvez fosse operado." |
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