São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2008

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Crítica

Reformado, Côté Jardin tenta reviver antiga sofisticação do centro da cidade

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Quando o centro da cidade estava caindo em parafuso, com a fuga °das grandes empresas e escritórios da região, vários dos bons restaurantes dali foram fechando como em efeito dominó: Rubaiyat, Dinho's, Bistrô, Paddock, entre outros. Hoje, com vários projetos na área e a mudança da prefeitura para lá, o centro tenta emergir. Os restaurantes que resistiram abertos e mantendo o padrão -notadamente o La Casserole- agora colhem os frutos, lotados no almoço e jantar. Com isso, novos empreendimentos vão surgindo -como o outrora majestoso hotel Jaraguá, que, no passado, hospedou reis e presidentes (como atestam fotos em seu saguão) e foi recentemente reformado pelo grupo Accor, tornando-se Novotel Jaraguá. Seu restaurante, o Côté Jardin, depois de dois anos e meio de funcionamento, acaba de passar por uma reforma de espaço e cardápio. É um esforço de dotar a área de mais uma opção de gastronomia, mas bem distante dos melhores restaurantes que já povoaram a região. O Côté Jardin é, antes de tudo, uma alternativa de comida executiva, de refeições rápidas para quem se hospeda ou trabalha por perto. Seu destaque é o bufê servido no almoço, mais do que suas ofertas à la carte. Estando todos os cardápios a cargo do chef Mauricio Xavier, 31, um administrador de empresas que se tornou chef de hotéis, o restaurante serve no bufê uma farta variedade de pratos do fogão, da grelha e do forno. Faz lembrar um pouco os primeiros bufês dos restaurantes de hotel, como o Las Palmas (do antigo Sheraton) e Le Caesar (do Caesar Park da rua Augusta), embora estes fossem mais sofisticados (como os hotéis). A oferta à la carte, por sua vez, é pobre. E os pratos ainda por cima vêm à mesa com a desagradável presença de cloches (peças que cobrem o prato para mantê-lo aquecido) que, longe de serem de prata ou inox, são de plástico -como as de hospitais ou de serviço de quarto de hotéis mais modestos. No restaurante, só ajuda a realçar as fraquezas -como no aguado molho de frutos do mar do espaguete- e a percepção de que o filé de salmão com molho de maracujá e o filé com cogumelos e risoto de alho-poró são apenas ok.

josimar@basilico.com.br



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