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Jornais sobreviverão às mídias digitais, afirmam debatedores
PLÍNIO FRAGA
ENVIADO ESPECIAL A PARATY
Dois convidados da Flip
que atuaram como jornalistas -o historiador Robert
Darnton, no "New York Times", e o editor da Penguin
John Makinson, no "Financial Times"- mostraram-se
preocupados com a situação
dos jornais, mas acreditam
que eles sobreviverão às novas mídias.
"Os jornais são diferentes
dos livros digitais. Ver a primeira página do "Times" todas as manhãs é um mapa do
que aconteceu ontem. Uma
sensação de conhecimento
do mundo que se perde no
on-line" disse Darnton.
"O noticiário on-line se baseia na busca e não sei buscar o que não sei. A experiência como leitor é transitória.
Mas os jornais encontrarão
um modelo adequado para o
digital", disse Makinson.
Os dois apontaram que as
novas mídias digitais podem
representar o fim da leitura
contínua. "A experiência de
uma leitura de ponta a ponta
está se perdendo. Mas a relação interativa com o conteúdo de um livro é positiva",
afirmou Makinson.
Darnton, que comanda as
negociações com o Google
para a digitalização do acervo de Harvard, fez restrições
à proposta apresentada pelo
site. "O Google se propôs a digitalizar de graça os 14 milhões de livros de Harvard,
sem cobrar nada, em troca de
vender cópias eletrônicas. Isto me parece inaceitável",
disse. Ele acha mais razoável
que o conteúdo fosse oferecido de graça, com patrocínio.
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