especial para a Folha

Os músicos do U-Theatre, de Taiwan, vivem em regiões montanhosas da capital Taipé, longe do mar. O concerto "O Som do Oceano", que estréia no Fiac, celebra a carga simbólica da água na natureza e na vida dos humanos.
A diretora artística Liu Cing Ming, 41, acredita que há mais possibilidades sonoras na água do que na superfície da terra. "Os pássaros, os insetos, o som produzido na terra é estável, enquanto o do oceano é regido por um fluxo contínuo, é mais dinâmico."
No espetáculo, o estrondo inicial provocado por um tambor gigante é diluído aos poucos, por meio do som de outros instrumentos -como gongo, flauta, cordas e o canto dos intérpretes-, até recuperar o pico novamente, numa metáfora da poderosa pulsação do oceano.
Durante a estadia do grupo em São Paulo, músicos e técnicos escolheram o parque Trianon, na região da Paulista, a dois quarteirões do hotel, para empreender caminhadas diárias, sem abdicar das mochilas.
As caminhadas urbanas são pequenas gotas no oceano, considerando-se a performance que o U-Theatre protagonizou em 96. Em 35 dias, seus integrantes percorreram a pé cerca de 900 quilômetros da parte ocidental de Taiwan. Detalhe: peregrinavam de dia e apresentavam-se à noite, levando sua arte e sua mensagem de fé às comunidades. (VS)

Concerto: O Som do Oceano
Com: Grupo U-Theatre
Quando: hoje e amanhã, 21h; dom, 20h
Onde: parque da Independência (praça do Monumento, s/nš, Ipiranga)
Quanto: grátis (retirar ingressos com antecedência no Sesc Ipiranga, r. Bom Pastor, 822, tel. 011/3340-2000)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice