São Paulo, Sábado, 07 de Agosto de 1999
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CINEMA
Lenda de bruxa faz "mágica" com custos, enfeitiça críticos e desagrada público
"Blair Witch" chega em setembro

ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local

"A Bruxa de Blair" é o nome em português do filme mais badalado do verão americano, o independente "The Blair Witch Project", que chega aos cinemas do Brasil em setembro deste ano. Para ampliar sua distribuição, a Europa Filmes se associou a Fox/Warner.
O filme é um documentário fictício que mostra, em câmera subjetiva, o que sobrou das filmagens feitas por três jovens estudantes de cinema. Na história, o trio desaparece nas florestas nos arredores de uma cidade do interior dos EUA quando está investigando a lenda de uma bruxa.
"A Bruxa" custou apenas US$ 60 mil para ser produzido, foi comprado por US$ 1,1 milhão pela pequena Artisan e já rendeu cerca de US$ 40 milhões no disputado mercado norte-americano, enfrentando sucessos como "Noiva em Fuga", com Julia Roberts e Richard Gere, e "A Casa Amaldiçoada", com Liam Neeson e Catherine Zeta-Jones.
Diante do sucesso, o inevitável aconteceu. A dupla de diretores do filme, Eduardo Sanchez e Dan Myrick, já anunciou que fará uma sequência. Os diretores já rascunharam quatro idéias, incluindo duas pré-sequências (que se passariam antes do primeiro filme). Uma exploraria a lenda da bruxa de Blair, outra poderia recontar a lenda de um assassino em série que é mencionado no filme. Outra possibilidade seria mostrar a busca dos cineastas desaparecidos, no estilo do especial "Curse of the Blair Witch" (A Maldição da Bruxa de Blair), que o canal Sci-Fi, dos EUA, exibiu. A quarta premissa não foi divulgada.

Descontentamento
O mais curioso diante de tanto sucesso é que Ed Mintz, diretor da empresa de pesquisas Cinemascore Inc., diz que quem assistiu ao filme não gostou.
Segundo Mintz, 60% das pessoas que entravam no cinema dizendo que "não podiam esperar para ver o filme" saíam atribuindo-lhe no máximo nota C. Aqueles que foram ao cinema só para acompanhar amigos, e tinham menos interesse, gostaram ainda menos, deram nota F. Os espectadores com idades entre 14 e 24 anos foram os que gostaram mais: deram nota B+. Pessoas com mais de 35 atribuíram-lhe nota F.
Mintz descobriu também que as críticas positivas foram fundamentais para o sucesso do filme. Quem leu ou ouviu algo sobre o filme deu as maiores notas. Mas há informes de que, após uma sessão, alguns espectadores, enfurecidos por terem confiado nas resenhas positivas dos jornais, gritavam "matem os críticos".
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