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"Vips" sai vencedor do Festival do Rio 2010
Filme com Wagner Moura leva quatro premiações em edição sem grandes favoritos
ANA PAULA SOUSA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Entre todos os concorrentes ao troféu Redentor, no
Festival do Rio, havia só um
filme com verdadeiro estofo
industrial: "Vips", de Toniko
Melo, produzido pela O2, de
Fernando Meirelles, em associação com a Paramount.
Pois, mesmo na edição
que se anunciava como a dos
filmes "pequenos e médios",
foi o maior deles que, ao fim
de dez dias de Première Brasil, recebeu os holofotes.
"Vips", sobre o falsário
que se fez passar por herdeiro da Gol, saiu do Cine
Odeon, na noite de anteontem, com quatro prêmios:
melhor longa-metragem de
ficção, ator (Wagner Moura),
atriz coadjuvante (Gisele
Fróes) e ator coadjuvante (o
argentino Jorge D'Elía).
O resto dos prêmios foi loteado entre vários filmes, indicando que, na verdade, o
júri formado pelo cineasta
Gustavo Dahl, pela atriz Bruna Lombardi e pelos produtores Jorge Sanchez e Leonardo Monteiro de Barros não fora arrebatado por nenhum
dos concorrentes.
Os três diretores que trouxeram para a Cinelândia seus
longas-metragens de estreia
foram reconhecidos com um
troféu cada um.
Charly Braun, que fez
"Além da Estrada" com dinheiro do próprio bolso, filmando entre Brasil e Uruguai, foi eleito o melhor diretor do festival.
Marcelo Laffitte, que passou dez anos com a comédia
"Elvis e Madona" na cabeça
antes de conseguir financiá-la, levou o prêmio de roteiro.
Também modesto na produção e pessoal na feitura é
"Riscado", de Gustavo Pizzi,
recompensado pela atuação
de Karine Teles, mulher do
diretor na vida real e coautora da personagem, uma atriz
que, para sobreviver, entrega
telegramas animados.
MAIS LEVES
Os principais vencedores
do festival refletem não só
uma edição sem grandes favoritos, que acabou sendo
puxada pelo filme mais bem
estruturado, mas também
uma edição de filmes unidos
por um tom comum, que é a
busca por uma certa leveza.
"Sinto que vem algo diferente por aí, que os filmes
que estão chegando falam
um pouco mais do dia a dia
de hoje", disse Melo à Folha,
antes da premiação.
"Acho que o cinema brasileiro vive um movimento invisível de tentar divertir o público, mesmo tocando em
questões importantes. Está
surgindo uma geração menos desiludida", diz Laffitte.
A jornalista ANA PAULA SOUSA viajou a
convite do Festival do Rio
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