São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2010

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CRÍTICA RESTAURANTE

Ana Soares assina cozinha do Escobar

Dos mesmo donos do Yabany e do Bardot Boteco Bistrô, casa nasceu como bar, mas virou churrascaria

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

O Escobar parece ter a vocação para o bairro que o abriga -Moema. Uma região onde nos últimos anos despertou a vida noturna, com o afloramento de uma oferta de bares, sempre espaçosos e boêmios. Mas onde também nasceram restaurantes. Esses foram em proporção menor. Mas também surgiram. O Escobar fez o trânsito entre os dois. Nasceu para ser um bar e hoje é uma churrascaria que funciona num patamar razoável de qualidade.
É natural que o empreendimento começasse mais com a vocação boêmia, tendo em vista que o grupo de proprietários é dono também do Bardot Boteco Bistrô.
É deles também um restaurante, o japonês Yabany, que costuma ficar aberto até tarde, e a Frutaria São Paulo, igualmente notívaga. Mas no caso do Escobar, logo veio a decisão de que, menos do que um bar de agito, ele se fixasse como restaurante.
Como especialidade, não deixa dúvidas a bela grelha envidraçada, em lugar de destaque, ou ainda o tapete de pele de vaca que recepciona os clientes na escadaria da entrada: trata-se de uma churrascaria.
Como ambiente, a transição para o caráter de restaurante se fez bem. O bar de espera, com poltronas ao lado do balcão, é convidativo. O salão, bem vazado com janelas, é amplo e confortável, com mesas espaçosas -o projeto é da arquiteta Patricia Anastassiadis.
E, como cozinha, os proprietários tiveram a precaução de contratar a consultora Ana Soares -embora as receitas não sejam tantas, ficando o centro das atenções para a grelha. Mas há uma oferta de petiscos e acompanhamentos, além de pratos.
É da grelha que saem os melhores aperitivos, como as costelinhas de porco servidas ainda tenras ou a linguiça fina picante, com molho coalhado, rabanete, pepino, hortelã e ciboulette. Ou ainda o queijo coalho com mel de rapadura, alho e sálvia.
Os grelhados vêm com salada e molhos -o argentino chimichurri, com ervas frescas, o de cebola e o vinagrete criolo (cebola-roxa, tomate, pimentão e milho).
Os cortes seguem a tradição brasileira e argentina. Podem estar corretos, como o bife ancho e o de chorizo, ou desastrosos, caso de uma incomível fraldinha, dura (as fibras malpassadas eram impossíveis de mastigar).
A picanha de cordeiro perdeu o ponto também -nesse caso, para mais. Já a bovina esteve por duas vezes perfeitamente grelhada. Há também assado de tira, carré de leitão e de vitelo e bacalhau.
Para mesas maiores, os grelhados podem ser pedidos numa seleção de três ou quatro cortes para duas pessoas -fica mais fácil de provar várias carnes.
No que toca aos acompanhamentos, a oferta é reduzida, mas se dá bem. Destacam-se batatas fritas com alho e salsa (sequinhas, com o gosto dos condimentos), legumes grelhados (firmes) e farofa bem temperada.
Na sobremesa, uma combinação das vertentes brasileira e argentina está presente na panqueca de doce de leite com banana queimada e sorvete. Outra opção é terrine de chocolate branco e calda de amora.

josimar@basilico.com.br

ESCOBAR

ENDEREÇO r. Gaivota, 168, Moema, tel. 0/xx/11/5051-9535 FUNCIONAMENTO de seg. a sáb., das 12h às 15h e das 17h a 0h; dom., das 12h às 17h
AMBIENTE amplo e alinhado, bar com poltronas, mesas espaçosas, grelha envidraçada
SERVIÇO correto
VINHOS oferta considerável, não falta companhia para as carnes
CARTÕES todos
ESTACIONAMENTO, com manobrista, R$ 10
PREÇOS entradas e saladas, de R$ 3,50 a R$ 48; grelhados, de R$ 32 a R$ 90 (para duas pessoas); acompanhamentos, de R$ 8 a R$ 15; sobremesas, de R$ 5 a R$ 18


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