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CRÍTICA RESTAURANTE
Ana Soares assina cozinha do Escobar
Dos mesmo donos do Yabany e do Bardot Boteco Bistrô, casa nasceu como bar, mas virou churrascaria
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
O Escobar parece ter a vocação para o bairro que o
abriga -Moema. Uma região
onde nos últimos anos despertou a vida noturna, com o
afloramento de uma oferta
de bares, sempre espaçosos e
boêmios. Mas onde também
nasceram restaurantes.
Esses foram em proporção
menor. Mas também surgiram. O Escobar fez o trânsito
entre os dois. Nasceu para ser
um bar e hoje é uma churrascaria que funciona num patamar razoável de qualidade.
É natural que o empreendimento começasse mais com
a vocação boêmia, tendo em
vista que o grupo de proprietários é dono também do Bardot Boteco Bistrô.
É deles também um restaurante, o japonês Yabany,
que costuma ficar aberto até
tarde, e a Frutaria São Paulo,
igualmente notívaga. Mas no
caso do Escobar, logo veio a
decisão de que, menos do
que um bar de agito, ele se fixasse como restaurante.
Como especialidade, não
deixa dúvidas a bela grelha
envidraçada, em lugar de
destaque, ou ainda o tapete
de pele de vaca que recepciona os clientes na escadaria
da entrada: trata-se de uma
churrascaria.
Como ambiente, a transição para o caráter de restaurante se fez bem. O bar de espera, com poltronas ao lado
do balcão, é convidativo. O
salão, bem vazado com janelas, é amplo e confortável,
com mesas espaçosas -o
projeto é da arquiteta Patricia Anastassiadis.
E, como cozinha, os proprietários tiveram a precaução de contratar a consultora
Ana Soares -embora as receitas não sejam tantas, ficando o centro das atenções
para a grelha. Mas há uma
oferta de petiscos e acompanhamentos, além de pratos.
É da grelha que saem os
melhores aperitivos, como as
costelinhas de porco servidas ainda tenras ou a linguiça fina picante, com molho
coalhado, rabanete, pepino,
hortelã e ciboulette. Ou ainda o queijo coalho com mel
de rapadura, alho e sálvia.
Os grelhados vêm com salada e molhos -o argentino
chimichurri, com ervas frescas, o de cebola e o vinagrete
criolo (cebola-roxa, tomate,
pimentão e milho).
Os cortes seguem a tradição brasileira e argentina.
Podem estar corretos, como o
bife ancho e o de chorizo, ou
desastrosos, caso de uma incomível fraldinha, dura (as
fibras malpassadas eram impossíveis de mastigar).
A picanha de cordeiro perdeu o ponto também -nesse
caso, para mais. Já a bovina
esteve por duas vezes perfeitamente grelhada. Há também assado de tira, carré de
leitão e de vitelo e bacalhau.
Para mesas maiores, os
grelhados podem ser pedidos numa seleção de três ou
quatro cortes para duas pessoas -fica mais fácil de provar várias carnes.
No que toca aos acompanhamentos, a oferta é reduzida, mas se dá bem. Destacam-se batatas fritas com
alho e salsa (sequinhas, com
o gosto dos condimentos), legumes grelhados (firmes) e
farofa bem temperada.
Na sobremesa, uma combinação das vertentes brasileira e argentina está presente na panqueca de doce de
leite com banana queimada e
sorvete. Outra opção é terrine
de chocolate branco e calda
de amora.
josimar@basilico.com.br
ESCOBAR
ENDEREÇO r. Gaivota, 168, Moema,
tel. 0/xx/11/5051-9535
FUNCIONAMENTO de seg. a sáb., das
12h às 15h e das 17h a 0h; dom.,
das 12h às 17h
AMBIENTE amplo e alinhado, bar
com poltronas, mesas espaçosas,
grelha envidraçada
SERVIÇO correto
VINHOS oferta considerável, não
falta companhia para as carnes
CARTÕES todos
ESTACIONAMENTO, com
manobrista, R$ 10
PREÇOS entradas e saladas, de R$
3,50 a R$ 48; grelhados, de R$ 32
a R$ 90 (para duas pessoas);
acompanhamentos, de R$ 8 a R$
15; sobremesas, de R$ 5 a R$ 18
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