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MÚSICA/LANÇAMENTOS
Blur - Hinos do britpop
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se você tem tudo do Blur, então você não tem tudo do
Blur. A EMI solta no Brasil, em
edição nacional, a recém-lançada
"Blur: The Best of", coletânea comemorativa de um dos mais queridos grupos do britpop.
O disco é a velinha a ser assoprada nos festejos de dez anos da
união sonora do carismático vocalista Damon Albarn, do excelente guitarrista Graham Coxon e
dos bons Alex James, baixo, Dave
Rowntree, bateria.
"Blur: The Best of" é compilação
da faixa 1 a 17, quando aí entra para fechar o disco a novíssima
"Music Is My Radar", composta e
lançada em single não tem um
mês.
Se fossem só os 17 deliciosos hinos pop desta banda de art-rock
de molho inglês, "The Best of" já
valeria chamar os amigos para
uma divertida reunião pop.
Da beleza crua da balada "She's
So High" (1990) à beleza madura
de "No Distance Left to Run"
(1999), este "The Best of" é enfeitado por 17 dos 23 singles que embalaram a decana carreira da banda, incluindo a fresca "Music Is
My Radar".
A coletânea tem um "corpo estranho". Está no álbum a canção
"This Is a Low", que não é hit, não
é single e quase nunca é tocada ao
vivo. É apenas uma música bonita
do álbum "Parklife" (1994).
Todas as inspiradas fases do
Blur percorrem seu "The Best of".
O disco transpira o estágio indie
dance do começo da década. A sacolejante "There's No Other
Way", que até hoje é tocada seja
nos porões de clubes londrinos,
seja em bares da Vila Madalena
paulistana, representa o período.
Da batalha pelo reinado do britpop, contra os rivais Oasis, vêm
hinos como "Parklife", "Girls and
Boys" e "Country House".
Da "fase americana" tem o petardo "Song 2", um dos rocks
mais reconhecidos para quem ligou um rádio, viu MTV ou jogou
videogame nesta segunda metade
dos 90.
E a mais recente era introspectiva, a da dor-de-cotovelo do abandonado Damon Albarn, transparece no glorioso gospel "Tender".
Poucas bandas conseguiram
atravessar a década mantendo velhos e angariando novos fãs na
mesma medida, mesmo fazendo
alterações pontuais em seu som.
Seja na fase dance, quando entoa balada ou na hora em que o
peso comanda o som, o Blur consegue chegar bem próximo do
pop perfeito.
Não é todo grupo que consegue
unir as massas na hora de cantar
músicas cujas letras trazem frases
como "Ele vive em uma casa, numa grande casa no campo". Ou
"O amor é a maior das coisas que
temos".
"Music Is My Radar", a novidade de "Blur: The Best of", é uma
disco music tribal, esquisita e ruidosa, com a voz de Damon fazendo eco para um chiado que lembra uma música da Madonna sendo tocada por uma rádio que não
está bem sintonizada.
Como parte das comemorações, na próxima segunda-feira,
são lançados no Reino Unido o
VHS e o DVD da década Blur.
A porção visual de "Blur: The
Best of" traz os 22 videoclipes da
banda realizados desde 1990 e em
ordem cronológica.
Desde o final de outubro, os vídeos têm sido exibidos em universidades inglesas e escocesas.
Para completar, o Blur associou-se a um portal inglês de telefonia celular. Quando tocar o telefone de um fã que programou o
sistema, ele ouvirá o novo hit
"Music Is My Radar", com o logo
do Blur aparecendo no visor do
celular.
CD, DVD e celular. Isso é ter tudo do Blur.
Blur: The Best of
Banda: Blur
Lançamento: EMI
Quanto: R$ 20, em média
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