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FILMES
TV ABERTA
"Tucker" é belo e injustiçado filme de Coppola
Com 007 Viva e Deixe Morrer
SBT, 13h.
(Live and Let Die). Inglaterra, 1973, 116
min. Direção: Guy Hamilton. Com Roger
Moore, Yaphet Kotto, Jane Seymour.
Desta vez, o agente 007 enfrenta um
temível traficante de entorpecentes e
seus asseclas. Oitavo filme do herói. Vale
a pena comparar com os mil e um filmes
nulos em que os bandidos são
traficantes.
A Dupla do Barulho
Cultura, 16h30.
Brasil, 1953. Direção: Carlos Manga. Com:
Oscarito e Grande Otelo. Estréia de
Manga na direção, esta comédia
dramática de estilo chapliniano traz
Oscarito e Grande Otelo como Tonico e
Tião, artistas de teatro mambembe que
percorrem o país em busca do sucesso,
enfrentando diversas dificuldades,
principalmente no relacionamento entre
eles.
King Cobra
Record, 22h.
(King Cobra). EUA, 1998, 93 min. Direção:
David e Scott Hillenbrand. Com Pat
Morita, Scott Hillenbrand, Casey Fallo.
Cientista cria droga experimental que
aumenta a agressividade nos animais e
seres humanos. Uma explosão no
laboratório liberta uma cobra. Tudo se
tornará um pesadelo com uma cobra
gigante e superagressiva. Se "Anaconda"
já era o fim da picada (sem trocadilho),
essa cópia de terceira nem merece
comentários. Em termos de cobras, uma
visita ao Butantan rende muito mais.
Mortal Kombat: A Aniquilação
SBT, 23h.
(Mortal Kombat 2: Annihilation). EUA,
1997. Direção: John R. Leonetti. Com
Robin Shou, Talita Soto. Depois de
enfrentar o feiticeiro do mundo exterior,
os guerreiros do Mortal Kombat
descansam por uns poucos dias, já que o
imperador inimigo, Shaokan, promete
acabar de vez com a Terra. E começa
tudo outra vez. Estritamente infantil.
O Beco das Ilusões Perdidas
Bandeirantes, 1h.
(Nightmare Alley). EUA, 1947, 111 min.
Direção: Edmund Goulding. Com Tyrone
Power, Joan Blondell, Colleen Gray.
Charlatão (Power) monta negócio de
leitura de mentes, ao lado de uma leitora
de cartas (Blondell) e uma psiquiatra.
Tudo corre às mil maravilhas, até que sua
mulher (Gray) denuncia a fraude,
provocando sua ruína. História estranha,
com roteiro de Jules Furthman, o que
conta muitos pontos a favor. A ver. P&B.
Legendado.
Medidas Extremas
SBT, 1h20.
(Extreme Mesures). EUA, 1996, 118 min.
Direção: Michael Apted. Com Hugh
Grant, Gene Hackman. Jovem médico
tenta resolver o mistério da morte e,
sobretudo, desaparecimento do corpo
de um paciente. Ele descobrirá que um
famoso cirurgião tem algo a ver com isso.
"Thriller" de erros, a começar por Grant,
que aqui se escalou em papel sério.
Outros virão.
Hamlet
Globo, 2h40.
(Hamlet). EUA, 2000, 112 min. Direção:
Michael Almereyda. Com Ethan Hawke,
Sam Shepard, Kyle MacLachlan, Diane
Venora. Um "Hamlet" modernizado em
que o tio casa com a mãe e assume o
comando da corporação Dinamarca.
Inédito.
Tucker: Um Homem e Seu
Sonho
SBT, 3h20.
(Tucker - The Man and His Dream). EUA,
1988, 110 min. Direção: Francis Ford
Coppola. Com Jeff Bridges, Joan Allen,
Martin Landau, Frederic Forrest. Preston
Tucker é o visionário que desenha um
carro absolutamente novo para os
padrões de 1945 e, mais, recria a
concepção de indústria automobilística.
As grandes empresas caem de pau sobre
sua fábrica com uma violência exemplar.
Belo e injustiçado filme, sobre um
grande personagem. Só para SP.
(IA)
TV PAGA
A guerra também é um assunto de mulheres
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O assunto de que trata "Um
Assunto de Mulheres" é o
aborto. Mas não é o único e, para
falar com franqueza, talvez nem
seja o principal. Pois existe aqui
uma época, a Segunda Guerra,
que é o momento em que Marie-Louise Girard (Isabelle Huppert)
exerce a atividade, primeiro para
ajudar uma amiga.
Mas os tempos são duros e tornar-se aborteira não lhe parece
uma opção das piores. Antes pelo
contrário, é bem lucrativa. Ocorre
ainda que a França está sob ocupação alemã e dispõe de um governo títere em Vichy.
Esse governo condenará drasticamente a atividade, não tanto
pelos motivos que move a hierarquia católica em nossos dias (o direito à vida seria inalienável e já
existiria vida em estado fetal),
mas porque o aborto impede o
nascimento de futuros soldados.
É inútil fazer suspense em torno
do fim do filme. Ao rodá-lo, Claude Chabrol sabia que Marie-Louise tinha sido condenada à morte e
executada em 1943. (Na verdade,
o filme vive do paradoxo entre a
personagem de Marie, que é antes
de tudo uma pessoa prática num
momento em que ser prático é
um atributo tão importante
quanto ambíguo, e a pena desproporcional que lhe é aplicada.)
Existe, portanto, um terceiro assunto: a pena de morte. Essa que
tantos desejam ver aplicada a três
por dois no Brasil. A guerra é um
magnífico território para todas as
iniqüidades e, se o governo de
Vichy não é um campeão mundial nessa prática, é só porque Hitler bateu-o nesse quesito.
São, portanto, os pecados da
guerra que estão em cena neste
"Assunto de Mulheres". Dar esse
nome ao filme não é senão mais
uma das ironias de Chabrol. Pois
não é a guerra um assunto de homens? O filme deixa bem claro
que não.
UM ASSUNTO DE MULHERES. Quando:
hoje, às 14h, no Eurochannel.
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