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Crítica
Joan Crawford sofre, íntegra, em "Alma em Suplício"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não era fácil ser uma prima-dona na Hollywood clássica.
Sofria-se intensamente antes
de chegar a uma recompensa
como o Oscar, como foi o caso
de Joan Crawford por seu "Alma em Suplício" (TCM, 23h).
Não conheço relatos, mas a
julgar pela fama deve ter sofrido nas mãos de Michael Curtiz,
que era famoso por sua violência quando dirigia (filmes).
Mas o roteiro, baseado em James M. Cain, é pura dor: Mildred Pierce é a mulher acusada
de matar um homem.
Mas, olhando de perto, e isso
é o que o filme faz, esse parece
ser o menor dos seus problemas, já que ela parte de um casamento horroroso, luta para
manter a guarda e criar as duas
filhas, e destas não receberá
nada que seja digno da palavra
gratidão.
Crawford tinha integridade
no sofrimento. Era dessas que
seguram a peteca até o fim. Há
algo próximo, quanto a isso,
entre ela e Barbara Stanwick,
outra estrelona, e que entra à
0h55 no TCM, em "Só a Mulher Peca", de Fritz Lang.
Também aqui, o título diz tudo.
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