São Paulo, sexta-feira, 07 de dezembro de 2001

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LIVRO/LANÇAMENTO

Jornalistas ingleses contam a evolução da música eletrônica na nova edição de "Last Night a DJ Saved My Life"

DJ superstar

CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL

É dura a vida de historiador da cultura eletrônica. Os jornalistas ingleses Bill Brewster e Frank Broughton, por exemplo, lançaram há menos de dois anos "Last Night a DJ Saved My Life", livro definitivo sobre a evolução do DJ e da cultura eletrônica, e já tiveram que atualizá-lo.
Com 50 entrevistas a mais e alguns capítulos novos, o livro será reeditado no início de 2002. O novo "Last Night..." será lançado também nos EUA e ganhará traduções em japonês e coreano. Os autores também trabalham na atualização do site www.djhisto ry.com, que já está no ar e será alimentado regularmente.
"A documentação tem que ser feita no mesmo ritmo acelerado da música eletrônica", diz Bill Brewster, 42, que, além de escrever para revistas como "Muzik", "DJ" e "The Face", é DJ.
Seu parceiro, Frank Broughton, 34, colaborador de revistas como "I-D" e "Mix Mag", diz que a atualização mais braçal será feita pelo site. "Se fôssemos mesmo mudar o livro a cada vez que um movimento novo surge ou quando aparece um DJ de destaque, ele nunca sairia da gráfica", brinca o jornalista.

Por dentro dos clubes
Brewster e Broughton tiveram a idéia de escrever o livro enquanto moravam em Nova York, em meados dos anos 90. "Éramos apaixonados pela cultura dos clubes nova-iorquinos. Saíamos toda noite para dançar e acabamos conhecendo figuras sensacionais, cheias de histórias ótimas para contar", diz Broughton.
O espírito de jornalista da dupla deu corda para que as tais "figuras" abrissem seus baús. Assim, os escritores conseguiram reunir passagens deliciosas sobre a vida de DJs fundamentais -e outros nem tanto- da história da dance music. "Imagina o que é sentar-se com [o DJ" Frankie Knuckles e ouvi-lo contar sobre suas noites malucas como DJ da [sauna" The Continental Baths? Nem parecia trabalho", diz Broughton.
No começo, a idéia era centrar energia apenas na cultura dance de Nova York. "Alguém sugeriu que a gente cobrisse a história completa do DJ. Topamos na hora porque achamos que o DJ é a figura mais importante da música de todos os tempos. Sem um disc-jóquei, nem Elvis Presley nem nenhuma banda de rock teriam feito sucesso", teoriza Brewster.
Além de entrevistas, há no livro dados históricos essenciais para entender a evolução da música para dançar, desde a invenção do fonógrafo de Thomas Edison até o primeiro clube da história.
Além de ser referência para DJs, clubbers e produtores, o livro conta uma história que pode interessar a qualquer um: a de como um sujeito, usando discos de vinil e um par de pick-ups, é capaz de seduzir multidões fazendo o que mais gosta na vida. E ainda ser muito bem pago por isso.


LAST NIGHT A DJ SAVED MY LIFE - de: Bill Brewster e Frank Broughton. Editora: Grove Press. 410 págs., US$ 12 (aproximadamente R$ 30). Onde encomendar: www.amazon.com; www.barnesandnoble.com.


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