São Paulo, terça-feira, 07 de dezembro de 2004

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FILMES

A Princesa Prometida
Globo, 15h35.
   
(The Princess Bride). EUA, 1987, 98 min. Direção: Rob Reiner. Com Cary Elwes, Mandy Patinkin. Conto de fadas (e/ou capa-e-espada) sobre princesa forçada a se casar com tirano, mas que ama perdidamente um hoje pirata, disposto a voltar e salvá-la. Adaptação de romance de William Goldman, pelo próprio.

Lara Croft - Tomb Raider
SBT, 22h30.
 
EUA, 2001, 100 min. Direção: Simon West. Com Angelina Jolie, Jon Voight, Noah Taylor. Com seus dotes de arqueóloga, a bela e rica Lara descobre a existência de um misterioso objeto, dividido em duas partes e com enormes poderes maléficos. Ela tentará juntar as duas partes para depois destruí-las. Enfim, um videogame feito filme.

Um Natal Mágico
SBT, 2h40.
 
(One Magic Christmas). EUA, 1985, 89 min. Direção: Philip Borsos. Com Mary Steenburgen, Harry Dean Stanton. Mulher desiludida e incapaz de partilhar as alegrias do Natal com os filhos recebe visita de seu anjo da guarda. Ele vai lhe mostrar que há esperança neste mundo. Então, pau na máquina.

Intercine
Globo, 1h25.

Os candidatos a passar na terça são "O Suspeito da Rua Arlington" (1999, de Mark Pellington, com Jeff Bridges, Tim Robbins) e "Garota Interrompida" (1999, de James Mangold, com Winona Ryder, Angelina Jolie).

Meu Querido Presidente
Globo, 3h25.
  
(The American President). EUA, 1995, 113 min. Direção: Rob Reiner. Com Michael Douglas, Annette Bening, Michael J. Fox. Presidente pouco convincente dos EUA, Michael Douglas tem sua reeleição ameaçada por conta de um caso amoroso. O ótimo elenco de apoio é tudo o que o filme tem de ótimo.

O Computador de Tênis
SBT, 4h15.
 
(The Computer Wore Tennis Shoes). EUA, 1969, 91 min. Direção: Robert Butler. Com Richard Balalkyan, Joe Flynn, Alan Hewitt. Ao tentar reparar um computador, aluno leva uma tremenda descarga, graças à qual absorve todos os conhecimentos contidos na memória do dito cujo. Sonho estudantil da Disney (com a presença de um jovem Kurt Russell no elenco). (IA)

Entre o vício e a censura

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"O Homem do Braço de Ouro" (Film & Arts, 8h, 13h, 20h) é um dos filmes mais malditos já feitos em Hollywood por tratar da questão das drogas pesadas.
É também célebre, justamente, pelas seqüências de desintoxicação por que passa o protagonista, Frank Sinatra, que não devem nada em realismo ao que se poderia fazer hoje, caso houvesse audácia e paciência para fazer cenas desse tipo nos filmes de hoje.
O fato é que, por vezes, o tempo vence a censura: a história do músico viciado e seu esforço para se reabilitar perdeu muito pouco de sua atualidade.
Já Frank Sinatra perdeu. Seria uma bela ocasião para, com este filme de Otto Preminger, ter ganho o Oscar de melhor ator -o filme é de 1955 e concorreu no ano seguinte. Seria coisa da maior justiça.

MÚSICA

Para sempre no país de Tom Jobim

ARTHUR NESTROVSKI
ARTICULISTA DA FOLHA

Na cena mais bonita de todas, Tom Jobim toca a "Valsa de Eurídice" (letra e música de Vinicius de Moraes). Era a canção de abertura de "Orfeu da Conceição", a ópera que Tom e Vinicius escreveram juntos em 1956, atualizando o mito grego em vestes brasileiras, às vésperas da invenção da bossa nova. E agora, em 1993, na mitológica sala do piano, com a folhagem exuberante à vista pelos janelões, Tom vai recolhendo fragmentos de memórias, com pedaços de música, vendo tudo já um pouco de longe, um pouco de fora, com um bom humor que é ao mesmo tempo (como ele mesmo ensina) leveza e defesa, um ano antes de morrer.
Produzido por Fernando Faro, o programa é um parente nobre, colorido, da clássica série em branco-e-preto "Ensaio". Aqui não há contraluz: é meio-dia, e o compositor está de banho tomado, com cara de quem acordou não faz muito, e em pouco tempo reclamando da "antropofágica" fome. No espírito consagrado da série, não há perguntas mais aprofundadas sobre nenhum assunto. O que se tem são histórias pessoais, entre a autobiografia e a anedota, entre o pessoal e o pitoresco, entremeadas de pedaços de canções -"Chega de Saudade", "Se Todos Fossem Iguais a Você", "Garota de Ipanema", "Sabiá" etc.-, sempre tocadas num registro bem informal.
"Nós tivemos que inventar o Brasil. O Brasil não existia", diz Tom a certa altura, falando de seu grande mestre Villa-Lobos. A frase vale para ele mesmo, claro, e para os contemporâneos e parceiros citados: Pixinguinha, Ary Barroso, Vinicius, Radamés Gnatalli, Edu Lobo e, com afeto especial, Chico Buarque.
Mais forte que tudo é a sua presença humana, ilusoriamente tangível por uma hora, à vontade na sala conosco, enquanto a gente agradece o milagre de tanta música, capaz de nos inventar a todos nós, que vivemos para sempre no país de Tom Jobim.


TOM JOBIM - AS NASCENTES. Quando: amanhã (dia 8), à 0h15, na TV Cultura.


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