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SAIBA MAIS
Chapman tentou suicídio antes de matar Lennon
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes de acertar os quatro tiros fatais em John Lennon, em
8 de dezembro de 1980, Mark
David Chapman aponta o revólver calibre 38 contra a própria cabeça, no topo do Empire
State Building. Mas não consegue puxar o gatilho. E chora.
O mais detalhado relato da
história entre Chapman e Lennon está no livro "Through the
Mirror Go Round", de D.W.
Pryke (não lançado no Brasil).
É 29 de outubro quando
Mark Chapman voa do Havaí a
Nova York, hospeda-se num
quarto do Waldorf-Astoria e
vai a pé, armado, ao Dakota, o
prédio onde Lennon morava.
O cantor não aparece. Chapman percebe isso como um sinal: a hora não havia chegado.
E vai ao Empire State Building.
Naquele outubro, em um
longo artigo, a revista "Esquire" pergunta: "John Lennon,
onde você está?", fazendo referência à vida reclusa do roqueiro, que estava sem gravar um
disco de inéditas havia vários
anos e vivia num apartamento
de milhões de dólares. Chapman lê o artigo e se sente enganado com o estilo de vida de
seu ídolo. Para ele, Lennon tornara-se um impostor.
Em novembro, "Double Fantasy", o novo disco de estúdio
do ex-beatle, é lançado nos
EUA. Chapman relaciona algumas das letras com passagens
de "O Apanhador no Campo
de Centeio", livro de J.D. Salinger. Lennon e Holden Caulfield, o personagem central de
"Apanhador", são as duas obsessões de Chapman -ele até
queria mudar seu nome para
Holden Caulfield; e chega a assinar documentos, como sua
demissão, como John Lennon.
Mais do que obcecado, Chapman está se sentindo enganado
por Lennon. Diagnosticado como esquizofrênico, ele ouve
vozes. Alguns sinais apreendidos em "Apanhador" emergiram em "Double Fantasy".
Todd Rundgren, uma das referências musicais de Chapman,
lança "Deface the Music" (Apague a música). Era o último sinal. Mark Chapman via a si
próprio e a John Lennon como
um só. Por isso, o "falso Lennon" precisava morrer.
Em 8 de dezembro, Lennon
acorda cedo. Ouve o rádio, toma café e vai ao barbeiro. Volta
ao Dakota para uma sessão de
fotos em que posa nu junto
com Yoko Ono. No final da tarde, na ida ao estúdio, é parado
por alguns fãs. Um deles, Mark
Chapman, pede para o cantor
autografar "Double Fantasy".
Passava das 22h30 quando
Lennon e Yoko, de volta do estúdio, descem de uma limusine, na frente do prédio.
Chapman, à espreita, carregando uma cópia de "Apanhador", chama: "Lennon?". Antes
que o cantor se virasse, ele dispara. Quatro tiros acertam o
ex-beatle, nas costas e nos ombros. Yoko corre em direção ao
marido. O porteiro do Dakota
tira a arma da mão de Chapman, que fica prostrado. Quando a polícia chega, ele confessa.
Lennon é levado ao hospital
num carro da polícia. Consciente, conversa com um policial. "Sinto dor" são suas últimas palavras. Às 23h05, John
Lennon morre.
(TN)
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