RODRIGO FRANÇA
free-lance para a Folha

O título do show "O Samba Mandou Me Chamar" parece ser feito sob encomenda para Elza Soares.
A cantora é a primeira convidada para o espetáculo que contará, durante cinco semanas, com estrelas do samba, como Alcione.
Em entrevista à Folha, Elza afirmou que a alegria brasileira, simbolizada pelo samba, chamou-a de volta ao país após anos no exterior. Veja a seguir trechos da entrevista.

Folha - Qual será o repertório do show no Studium?
Elza Soares - Vou cantar músicas do CD "Trajetória" e antigos sucessos. Vai ser um espetáculo com muita alegria, que, para mim, é a essência da vida. É ela que ajuda você a superar momentos tristes.
Folha - Você diz isso baseada em sua própria experiência: casou-se com 12 anos, teve uma infância pobre....
Elza - Sim, passei por muitas dificuldades. Mas não adianta guardar rancor, é preciso viver. Lamento só é bom em samba-canção.
Folha - Foi o que você fez para superar a morte de seu filho?
Elza - Foi um momento difícil para mim. Não gosto de lembrar disso a toda hora. Prefiro recordar os bons momentos que tive com ele.
Folha - Foi por isso que você ficou tanto tempo fora do país?
Elza - Foi. Mas eu sentia muita falta do calor humano. As pessoas lá fora parecem máquinas, sem coração.
Folha - Por falar em coração, o seu ainda guarda espaço para Garrincha?
Elza - Com certeza. Ele está bem guardadinho, mas a vaga principal está aberta. Eu sou muito exigente. Na verdade, eu sou o gay que mais deu certo nesta vida: sou a pessoa que mais gosta de homem neste mundo (risos).
Folha - Quais são seus projetos para este ano?
Elza - Quero retomar meu espaço de musa do samba.
Folha - Qual a sua idade?
Elza - Nesse momento, tenho 18. Quem sabe daqui a alguns meses eu tenha 15 (risos).

Show: O Samba Mandou Me Chamar Onde: Studium (r. Rui Barbosa, 266, tel. 3171-1277) Quando: hoje, amanhã e sáb., sempre às 23h Quanto: de R$ 25 a R$ 40


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