São Paulo, sexta-feira, 08 de janeiro de 2010

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Crítica/ "Alvin e os Esquilos 2"

Efeitos de computação não salvam comédia asséptica

ANDRÉ BARCINSKI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se, no futuro, alguma inteligência superior extraterrena achar nos escombros da Terra um DVD de "Alvin e os Esquilos 2", poderá tirar algumas conclusões: a) em 2010, as crianças terráqueas eram todas lindas, com estruturas ósseas perfeitas e penteados transados; b) as escolas não tinham alunos gordinhos nem com aparelho nos dentes; c) o sonho de toda criança era cantar e dançar como a Britney Spears; d) os adolescentes eram seres não verbais que passavam todo o tempo jogando videogame e comendo pizza.
"Alvin e os Esquilos 2" é mais um hambúrguer na linha de fast food cinematográfico de Hollywood, sempre de olho no lucrativo mercado infantil e adolescente.
O filme traz visão asséptica e supostamente idealizada da infância: a escola parece um shopping, onde desfilam modelos da revista "Capricho"; as crianças são ultracompetitivas, seja no esporte, onde fracotes são ridicularizados e os valentões ficam com as garotas, ou nas "artes", quando uma competição de talento musical traz artistas mirins que clonam o que há de mais rasteiro na música pop, como Rihanna ou a já citada Britney Spears.
Continuação de um grande sucesso de 2007 sobre um trio musical composto por esquilos, "Alvin e os Esquilos 2" é uma comédia cuja tentativa de humor se resume a mostrar adultos sendo ridicularizados ou tomando tombos espetaculares. A destreza técnica e os efeitos de computação gráfica não salvam um infantil sem um pingo de graça nem encantamento. Infelizmente, deve lotar cinemas de shoppings.


ALVIN E OS ESQUILOS 2

Direção: Tim Hill
Produção: EUA, 2009
Com: Jason Lee, David Cross
Onde: Cine TAM, Plaza Sul Playarte e circuito
Classificação: livre
Avaliação: ruim




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