|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Imprensa condena nova versão
da Reportagem Local
Depois de uma série de assassinatos de crianças na Europa, relacionados sempre a perversões sexuais, o que a Inglaterra não poderia suportar era possibilidade de
uma outra ``Lolita''.
Uma vítima antecipada da ``sanatização'' feita pelo governo conservador inglês -que veta a exibição de filmes, como ``Crash'', de
David Cronenberg, ou qualquer
exposição que possa sugerir pornografia-, ``Lolita'', antes mesmo de sua estréia, já sofre violentos ataques da imprensa britânica.
Dos jornais e revistas mais liberais, aos francamente favoráveis a
ação de censura oficial, há dois
meses uma parte de seus repórteres, críticos e colunistas combatem a produção de Adrian Lyne.
Um exemplo é o jornal dominical ``The Observer''. Das páginas
de política às de economia, cultura
ou moda, frequentemente os nomes mais conhecidos dos leitores
se referem a ``Lolita'' como ``a
versão daquele pornógrafo para a
obra de Nabokov''.
O argumento é que, em um país
traumatizado pela pedofilia, não
se pode permitir que o mesmo diretor de ``Nove e Meia Semanas de
Amor'', mais uma vez depois do
diretor Stanley Kubrick, queira
oferecer um show de luxúria para
anormais.
Em defesa do filme, o ator Jeremy Irons (um dos protagonistas) declarou: ``Se `Lolita' for
proibido, não viverei mais na Inglaterra''. O ``Observer'' respondeu dias depois: ``Então vá, Jeremy. Vá''.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|