São Paulo, sábado, 8 de fevereiro de 1997.

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Nabokov teve fama de devasso

da Reportagem Local

O russo Vladimir Nabokov (1899-1977) conheceu o escândalo em 1953, quando finalmente publicou sua imaginativa -e para muitos perversa- história de amor entre um professor e uma garota ainda na infância.
Nabokov, um russo nascido na cidade de São Petersburgo, filho de um político, foi criado em meio a aristocracia pré-revolucionária do país, aprendendo inglês antes mesmo da língua natal.
Com os comunistas tomando o poder em 1917, parte para o exílio na Inglaterra e outras localidades da Europa.
Nos Estados Unidos, divide seu tempo entre as atividades de professor e autor.
Nos anos 50, se espelhando na rotina dos professores e alunos da universidade Cornell, cria o personagem Humbert Humbert e a atração vertiginosa por uma enteada.
Quando o romance chegou às livrarias, foi chamado de gênio, depravado e devasso. Quase instantaneamente o livro teve a circulação proibida em vários países, inclusive nos EUA.
Depois de acaloradas discussões nos tribunais, o livro, no final dos anos 50, é finalmente liberado e, assim, Nabokov é reconhecido como ``o mestre da linguagem poética'', nas palavras do crítico Harold Bloom.
Mas isso não o livrou de ter criado um adjetivo perverso. Depois de sua história, Lolita seria sempre o nome usado para qualificar uma jovem que sofre ou aceita um amor degenerado.

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