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Comentário
Oscar, a mãe de todos os reality shows
TONY GOES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Oscar é a mãe de todos os
reality shows, e a cerimônia de
entrega é apenas o último paredão. Muito aplauso, muita camaradagem, mas o que se trava
ali é quase uma luta de vida ou
morte. Por isto, foi acertada a
escolha de Alec Baldwin e Steve
Martin como mestres-de-cerimônia. Os dois atores não só
têm ótimo timing de comédia
como já contracenaram com
quase todos os presentes.
"Guerra ao Terror" tem um
roteiro excelente, mas as gerações futuras não irão entender
porque algo tão revolucionário
como "Bastardos Inglórios"
não rendeu mais um Oscar a
Quentin Tarantino.
E começam as homenagens
póstumas, o breque de mão que
consegue quebrar o ritmo da
cerimônia todos os anos. Foi
até bonito o tributo ao diretor
John Hughes, com vários dos
atores que ele lançou, mas porque a Academia nunca se lembrou dele enquanto vivo?
O esforço de aceleramento
da cerimônia chegou até a tradicional homenagem aos mortos. Foi elegante e rápida, só
com grandes nomes incluídos.
E mais uma vez o Oscar de filme estrangeiro foi para o mais
divertido, não para o mais conceituado. "O Segredo de Seus
Olhos" não é tão sério e consequente como "A Fita Branca"
ou "Um Profeta", mas é entretenimento puro. Duas dúvidas
ficaram no ar: por que o Brasil
não consegue fazer filmes tão
bons como os argentinos? E
por que a equipe do "Segredo"
parecia estar de luto quando
subiu ao palco?
A cerimônia foi muito mais
ágil que a de anos anteriores.
Mas não foi tão engraçada como prometia nem, apesar da
presença maciça de estrelas de
todos os calibres, especialmente glamurosa. Os números musicais fizeram falta: o excesso, a
cafonice, até mesmo os tropeços em cena contribuem para
fixar na nossa memória a mais
grandiosa premiação do cinema. O Oscar de 2010 teve vários
bons momentos, mas nenhum
deles vai entrar para a história.
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