São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2010

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Comentário

Oscar, a mãe de todos os reality shows

TONY GOES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Oscar é a mãe de todos os reality shows, e a cerimônia de entrega é apenas o último paredão. Muito aplauso, muita camaradagem, mas o que se trava ali é quase uma luta de vida ou morte. Por isto, foi acertada a escolha de Alec Baldwin e Steve Martin como mestres-de-cerimônia. Os dois atores não só têm ótimo timing de comédia como já contracenaram com quase todos os presentes.
"Guerra ao Terror" tem um roteiro excelente, mas as gerações futuras não irão entender porque algo tão revolucionário como "Bastardos Inglórios" não rendeu mais um Oscar a Quentin Tarantino.
E começam as homenagens póstumas, o breque de mão que consegue quebrar o ritmo da cerimônia todos os anos. Foi até bonito o tributo ao diretor John Hughes, com vários dos atores que ele lançou, mas porque a Academia nunca se lembrou dele enquanto vivo?
O esforço de aceleramento da cerimônia chegou até a tradicional homenagem aos mortos. Foi elegante e rápida, só com grandes nomes incluídos. E mais uma vez o Oscar de filme estrangeiro foi para o mais divertido, não para o mais conceituado. "O Segredo de Seus Olhos" não é tão sério e consequente como "A Fita Branca" ou "Um Profeta", mas é entretenimento puro. Duas dúvidas ficaram no ar: por que o Brasil não consegue fazer filmes tão bons como os argentinos? E por que a equipe do "Segredo" parecia estar de luto quando subiu ao palco?
A cerimônia foi muito mais ágil que a de anos anteriores. Mas não foi tão engraçada como prometia nem, apesar da presença maciça de estrelas de todos os calibres, especialmente glamurosa. Os números musicais fizeram falta: o excesso, a cafonice, até mesmo os tropeços em cena contribuem para fixar na nossa memória a mais grandiosa premiação do cinema. O Oscar de 2010 teve vários bons momentos, mas nenhum deles vai entrar para a história.


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