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Cantora faz sucesso ao juntar erudito e pop
Aos 29 anos, a galesa Katherine Jenkins interpreta de maneira clássica canções de Bob Marley e da banda Evanescence
Mezzo-soprano vem recebendo críticas de especialistas, que dizem
que ela não consegue cantar com força suficiente
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma noite, Katherine
Jenkins faz um dueto com o tenor Plácido Domingo. No dia
seguinte, canta ao lado da popstar Kylie Minogue. Aos 29 anos,
essa galesa tornou-se um sucesso ao unir o erudito ao pop
-e recebe quantidade considerável de críticas por isso.
"Believe", o sétimo álbum de
Jenkins, ganha lançamento no
Brasil -é o primeiro da cantora
por aqui. Somados, os discos da
mezzo-soprano já venderam
mais de 4 milhões de cópias.
Além da participação de Andrea Bocelli, "Believe" traz uma
versão de "No Woman, No Cry"
e tem como single uma interpretação de "Bring Me to Life",
música da banda rock-gótica
Evanescence (dá para ver o vídeo da faixa no YouTube).
Nascida em uma pequena cidade (Neath) do País de Gales,
Jenkins estudou canto na respeitada Royal School of Church
Music e, adolescente, ganhou
dois concursos promovidos pela Radio 2, emissora da BBC.
Canta de maneira clássica
músicas de teor pop compostas
por Per and David (já escreveram para Britney Spears), Gary
Barlow (Take That), Steve Mac
(Westlife), Simon Franglen
(Céline Dion), entre outros.
Assim, segundo a galesa, ela
incentivaria adolescentes e jovens a se iniciarem na música
erudita. "É sempre importante
interpretar música clássica
com certo apelo pop para chamar novas audiências. Alguns a
acham intimidante, então é importante mostrar que o erudito
pode ser ouvido por todo mundo", disse à Folha.
Jenkins conta que começou
a cantar aos quatro anos, e foi
levada ao erudito por um professor. Como influências, cita
Maria Callas, Pavarotti, Plácido Domingo, Andrea Bocelli,
Judy Garland, Doria Day, Barbra Streisand, Madonna.
Sim, Madonna. "Gosto de como ela se reinventa e consegue
continuar interessante e relevante depois de tantos anos."
Mas essa aproximação vem
acompanhada de pesadas críticas. Tim Ashley, crítico do
"Guardian", escreveu: "Ela não
pode ser chamada de cantora
clássica. Sua voz não é forte o
suficiente". A soprano neozelandesa Kiri Te Kanawa a chamou de "cantora fake", por
cantar com microfones.
Assessores de Jenkins responderam: "Estamos surpresos [com a declaração], já que
Kiri cantou "The Flower Duet"
com Katherine em seu [de Jenkins] álbum "Serenade", e por
uma quantia nada pequena".
Sobre as críticas, Jenkins diz:
"Bem, as pessoas são rápidas
em julgar. Dizem que não posso cantar óperas, mas nunca
me intitulei uma cantora de
ópera. Mas não as leio mais".
E a próxima turnê de Jenkins, neste ano, deve alimentar
a fúria contra ela. "Não será só
um concerto clássico. Haverá
danças, telões. Coisas que as
pessoas não imaginam."
BELIEVE
Artista: Katherine Jenkins
Gravadora: Warner
Quanto: R$ 30, em média
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