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RELÂMPAGOS
Despidos
JOÃO GILBERTO NOLL
"Aimoré!" Eu saudava
desse jeito a canoa: "Aimoré!". Foi um rudimento assim que ela arquitetou sem
expressar. Faltava-lhe, ali,
voz plausível. Abotoou então a blusa. Nas areias, apagava-se o encontro com o
cara repentino. Não houve
nada entre os dois, eu vi, claro, estou a contar: ela puxou
assunto com o homem parado no sopé das dunas; falavam debaixo do sol. Enquanto eu via os dois, comia
ameixas e revia em meus
bastidores a pele que eu tocara ao entrar na adolescência. Despiram-se e ficaram a
contemplar. As ameixas
meridionais sentiam o roçar
do outono: ofereciam uma
cor grave, pareciam olheiras.
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