São Paulo, Segunda-feira, 08 de Março de 1999
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Golpe Fulminante

THALES DE MENEZES
da Reportagem Local

Misturar gêneros cinematográficos costuma ser complicado. Ação e comédia, então, é uma fórmula que precisa da dose certa. "Golpe Fulminante", nova investida do astro Jean-Claude Van Damme, erra feio na receita. A ação é escassa. A comédia, constrangedora.
Quem está acostumado a ler as fofocas sobre artistas de cinema já sabe que a carreira de Van Damme anda na corda bamba.
Depois de grande sucesso, a estrela dos filmes de artes marciais escolheu projetos furados, enfrentou um divórcio tumultuado e passou a ser frequentador habitual de clínicas de desintoxicação.
Estrelar "Golpe Fulminante" só dá mais uma prova da decadência do ator belga revelado em arrasa-quarteirões como "O Grande Dragão Branco" e "Kickboxer - Desafio do Dragão". Durante as filmagens, quase morreu de overdose.
Van Damme costumava ser criterioso com seus filmes e fazia questão de criar as coreografias espetaculares de luta que fizeram sua fama. Na produção capenga de "Golpe Fulminante", as cenas de ação são burocráticas e, pior, demoram para acontecer.
Na maior parte do tempo, o roteiro mostra uma historinha boba de agentes russos colocando bombas miniaturizadas em botões de calças jeans fabricadas em Hong Kong e exportadas para os EUA. Van Damme, dono de uma fábrica de roupas, passa de suspeito a aliado da CIA na captura dos russos.
Se o roteiro já é um horror, as piadas inseridas nos diálogos são ainda mais fracas.
Com filmes assim, Van Damme vai cavando seu lugar entre os astros de segunda categoria, aqueles que rodam filmes medíocres lançados diretamente em vídeo. Pena, porque ninguém faz cenas de lutas como ele no cinema atual. Falta ter a disposição de fazê-las.

Filme: Golpe Fulminante Produção: EUA, 1998 Direção: Tsui Hark Com: Jean-Claude Van Damme, Paul Sorvino, Rob Schneider Lançamento: Columbia (011/5503-9898)

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