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O tenor Luciano Pavarotti abraça as cantoras Gal Costa (esq.) e Maria Bethânia, em Salvador

do enviado a Salvador

Já está virando arroz-de-festa. Depois de cantar com Roberto Carlos, no estádio do Beira-Rio, em Porto Alegre, em 98, o tenor italiano Luciano Pavarotti, 64, está de volta ao Brasil. Hoje, às 21h, Pavarotti divide o palco com as cantoras Maria Bethania, 53, e Gal Costa, 54, no Bahia Marina, espaço para eventos ao ar livre, localizado em Salvador.
Com apoio da Secretaria de Cultura e Turismo do Estado da Bahia, que está cedendo a Orquestra Sinfônica da Bahia, e da Prefeitura de Salvador, o evento comemora o 500º aniversário do Descobrimento do Brasil e está sendo bancado por três TVs: Directv (responsável pela transmissão ao vivo para todos os seus assinantes), HBO e Bandeirantes (que exibe o show no dia 22, às 22h).
Como os 7.000 ingressos colocados à venda não levaram mais do que três horas para esgotar, a Directv promete instalar dois telões no Pelourinho, para que o público que não teve acesso consiga acompanhar a exibição.
Na verdade, Pavarotti vai mais "dividir o palco" com as artistas baianas do que cantar com elas. Cada artista atua separadamente (primeiro Bethania, depois Gal e, por último, Pavarotti, sob regência de seu velho parceiro Leone Maggiera), com o encontro das vozes previsto apenas para o final: o tenor italiano recebe Bethania para interpretar "Manhã de Carnaval" e finalizar a sua apresentação com "Aquarela do Brasil", ao lado de Gal.
A apresentação de Pavarotti na Bahia integra uma vasta programação de concertos ao vivo do tenor italiano no ano 2000. Até 22 de julho, ele faz várias apresentações nos EUA e na Alemanha -algumas delas ao lado de seus colegas Plácido Domingo e José Carreras.
Uma delas marca o ingresso do tenor italiano em uma nova mídia: a Internet. Marcando o lançamento do Suppertheater.com, site caça-talentos do empresário Tibor Rudas (responsável pelas apresentações ao vivo de Pavarotti), ele terá transmitido ao vivo, pela web, seu concerto dos Três Tenores em Los Angeles, no dia 22 de abril.
Além disso, em junho, ele realiza, em sua cidade natal (Modena), a edição 2000 de "Pavarotti & Friends", concerto beneficente que conta tradicionalmente com a participação de destacados astros pop.
Na entrevista coletiva realizada anteontem, no hotel Meridien, em Salvador, embora fosse Pavarotti quem tivesse feito a viagem longa (cantara na véspera em Boston, nos EUA), eram Gal e Bethania que estavam com cara de "jet lag". Ambas foram essencialmente monossilábicas em suas respostas e pareciam querer deixar claro que estavam lá para cumprir uma obrigação.
Bethania disse que vai participar das comemorações dos 500 anos do Descobrimento cantando com Caetano Veloso, em Lisboa, em 22 de maio, enquanto Gal afirmou não ter sido convidada para nenhum outro evento do gênero, além da apresentação com o tenor italiano.
Pavarotti, por seu turno, não escondeu seu desconhecimento das cantoras com que estava prestes a atuar. Questionado sobre sua relação com ambas, disparou: "Ela começou há apenas um quarto de hora". Mostrou mais entusiasmo, contudo, ao falar de Carlos Gomes, do qual disse ter estudado a ária "Quando Nascesti Tu", da ópera "Lo Schiavo".
Mas, de tudo que o Brasil tem a oferecer, Pavarotti parece ser um entusiasta, mesmo, é do futebol. "Uma vez, meu empresário me ligou dizendo que a American Express queria fazer um anúncio comigo, mas não pagava muito", afirmou. "Contudo, depois de ver na televisão que Pelé era garoto-propaganda da American Express, disse a meu empresário que aceitava, sem me importar se o pagamento era pouco." (IFP)