|
Texto Anterior | Índice
CRÍTICA
Disco funciona nas pistas e em casa
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Com "Lemonorange",
The Youngsters consegue uma proeza: um disco
de música eletrônica que
funciona tanto na pista de
dança quanto na sala de casa. São 12 faixas, ora incrivelmente dançantes, ora atingindo o nirvana "ambient"
que fez a fama de gente como Air e Lemon Jelly.
A música do The Youngsters é difícil de definir: às vezes soa como um Kraftwerk
moderno, com aquelas vozes robóticas (só que em
francês) e percussão metálica; noutras traz um tecno
mais orgânico, com vocais,
teclados e um pé (aliás, uma
perna inteira) na house.
O início é bem dançante,
com "Slow", "Illogique" e
"Spanish Harlem". As faixas
seguintes, "Lost in Palavas" e
"Choose", misturam levada
house com teclados de jazz
fusion. Mais um tiro certo:
dá para imaginar um clubber ou um publicitário engravatado, ambos curtindo
igualmente. "Anxious Boy",
com seus climas soturnos,
parece uma colagem de músicas de Laurent Garnier, influência assumida do duo.
A única bola fora em "Lemonorange" é "Dub Cham
Me", baladinha rasteira que
lembra um Morcheeba de
quinta, com direito a um
constrangedor solo de saxofone. Caso único em que a
versatilidade do Youngsters
passou da medida.
"Lemonorange" é obra de
artistas antenados com o
presente e com o passado.
Detroit e Europa, em doses
certas, misturados com criatividade. Vale cada centavo.
(ANDRÉ BARCINSKI)
Lemonorange
Artista: The Youngsters
Lançamento: MCD
Quanto: R$ 27, em média
Texto Anterior: Música eletrônica: Folia francesa Índice
|