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São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

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CRÍTICA

Disco funciona nas pistas e em casa

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Com "Lemonorange", The Youngsters consegue uma proeza: um disco de música eletrônica que funciona tanto na pista de dança quanto na sala de casa. São 12 faixas, ora incrivelmente dançantes, ora atingindo o nirvana "ambient" que fez a fama de gente como Air e Lemon Jelly.
A música do The Youngsters é difícil de definir: às vezes soa como um Kraftwerk moderno, com aquelas vozes robóticas (só que em francês) e percussão metálica; noutras traz um tecno mais orgânico, com vocais, teclados e um pé (aliás, uma perna inteira) na house.
O início é bem dançante, com "Slow", "Illogique" e "Spanish Harlem". As faixas seguintes, "Lost in Palavas" e "Choose", misturam levada house com teclados de jazz fusion. Mais um tiro certo: dá para imaginar um clubber ou um publicitário engravatado, ambos curtindo igualmente. "Anxious Boy", com seus climas soturnos, parece uma colagem de músicas de Laurent Garnier, influência assumida do duo.
A única bola fora em "Lemonorange" é "Dub Cham Me", baladinha rasteira que lembra um Morcheeba de quinta, com direito a um constrangedor solo de saxofone. Caso único em que a versatilidade do Youngsters passou da medida.
"Lemonorange" é obra de artistas antenados com o presente e com o passado. Detroit e Europa, em doses certas, misturados com criatividade. Vale cada centavo.
(ANDRÉ BARCINSKI)


Lemonorange    
Artista: The Youngsters
Lançamento: MCD
Quanto: R$ 27, em média



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