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"ASSALTO À 13ª DELEGACIA"
Obra estréia hoje no país
Para Hawke, filme de ação era chance de não se levar tão a sério
LUCIANA COELHO
DE NOVA YORK
Com uma melancolia desconcertante transbordando dos olhos
azuis e a voz serena expondo dúvidas existenciais parecidas com
as dos personagens que fizeram
sua fama, o ator Ethan Hawke, 34,
jura que não quer se levar mais
tão a sério. Como é difícil de acreditar, ele resolveu dar a prova à
maneira hollywoodiana: fazendo
um filme de ação.
O resultado chega hoje ao Brasil
sob o nome de "Assalto à 13ª Delegacia", remake de policial feito
por John Carpenter nos anos 70
no qual Hawke vive o policial Jake
Roenick.
"Estava procurando uma coisa
divertida para não ir direto de
"Antes do Pôr-do-Sol" para uma
peça na Broadway. Algo em que
eu não me levasse tão a sério", disse ele a um pequeno grupo de jornalistas do qual a Folha fez parte
em janeiro. "Com esse filme, ao
menos eu posso conviver."
Para escolher o roteiro, pesou a
despretensão dos produtores.
"Não é como refazer "Lawrence da
Arábia" ou "Casablanca", é um filme que só cinéfilos conhecem e
saberão que se trata de um remake." Outro fator que ele diz ter levado em conta foi a produção de
Jeffrey Silver, com quem trabalhara em "Dia de Treinamento".
Indagado se se sente pressionado a assumir a pele de um herói de
ação, ele divaga: "Pode até haver
pressão, mas a única pressão que
eu sinto é aquela que eu mesmo
coloco sobre os meus ombros".
O ator, declaradamente um insatisfeito consigo mesmo que se
frustra por não ser ainda mais
produtivo, minimiza o fato de se
desdobrar entre atuação, direção
e roteiro de filmes (o de "Antes do
Pôr-do-Sol" concorreu ao Oscar)
e ainda escrever romances. "Estou tentando deixar de ser assim.
Sei que não preciso. Mas o fato é
que os dias mais criativos são
meus dias mais felizes."
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