São Paulo, domingo, 08 de abril de 2007

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"Sopranos" entra na reta final nos EUA

TETÉ RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE WASHINGTON

Este Domingo de Páscoa não é um dia feliz nos EUA. Ele é cheio de ansiedade e expectativa, medos e desejos, vontade de vingança. E, mais importante, é um dia que promete ser longo, arrastado, aborrecido.
Isso porque a única coisa que importa hoje nos EUA é que o relógio marque 21h, e que a TV esteja ligada na HBO. E que Muddy Waters cante "Woke Up This Morning", e que Tony Soprano faça o mesmo trajeto de sempre, de Manhattan até sua casa em Nova Jersey.
Foi uma longa espera. Entre a quinta e a sexta temporada, passaram-se dois anos. A sexta temporada, já prometida como a última, foi partida ao meio para que o protagonista da série, o ator James Gandolfini, se submetesse a uma cirurgia no joelho. Mais dez meses de espera.
E, a partir de hoje, são só mais nove episódios da melhor série dramática dos EUA.
A sexta temporada foi interrompida com um episódio de Natal. Tony Soprano recebeu a família em casa. Meadow, a filha mais velha, ligou da Califórnia desejando feliz Natal. A.J., o caçula, veio com uma namorada porto-riquenha.
Mas nada parecia capaz de ferir o humor do chefão: ele tinha sobrevivido a um tiro à queima-roupa de seu tio senil. O seu maior rival/parceiro, o chefão da máfia de Nova York, Johnny "Sacks" Sacramoni, está preso, e seu substituto, Phil Leotardo, sofreu um infarto.
No último dia 27 de março, em Nova York, aconteceu uma pré-estréia da segunda parte da última temporada. Os atores, produtores, escritores, diretores e alguns jornalistas assistiram aos dois primeiros episódios no Radio City Music Hall. Jornais, revistas e sites fizeram a suprema sacanagem de contar partes do que acontece.
Sacanagem esta que reproduzo aqui. Portanto sinta-se livre para parar de ler o que a HBO Brasil exibe no segundo semestre, sem data definida.

Sucessor
No primeiro episódio, Tony celebra seus 47 anos, ainda sentindo os efeitos do tiro na barriga que levou de seu tio velhinho. Mais tarde, alguém lembra que outro chefão conhecido morreu com essa idade.
Em um diálogo revelador, o personagem diz algo como: "Pelas minhas estimativas, 80% das vezes os chefes da máfia acabam presos ou em uma casa funerária". Tony sabe que seu próximo passo é preparar seu sucessor. Também sabe que seu conselheiro, Silvio, não tem fibra para o cargo. O protegido Chris Moltisanti está migrando para Hollywood -seu roteiro vai ser produzido.
Qual será o fim de Tony Soprano? O ator que o interpreta não quer dizer. No festival de cinema de Toronto de 2006, James Gandolfini só falava sobre o filme que estava sendo lançado na época, "A Grande Ilusão" (no Brasil, em DVD).
Mas não conseguiu escapar das perguntas sobre o seu personagem. "Não sei qual será o fim dele, só David Chase [criador da série] pode responder isso." E completou: "Seja o que for, está na hora, estou pronto para dizer adeus a esse sujeito". Ele deve ser o único.


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