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EM NOVA ORLEANS
Hermeto, Chico César e Ilê Ayiê
empolgam platéia americana
do enviado a Nova Orleans
Enquanto um novo festival de
jazz está sendo preparado em São
Paulo, três atrações brasileiras ganharam destaque no New Orleans
Jazz & Heritage Festival, o maior
evento norte-americano do gênero, que aconteceu durante o último fim-de-semana.
Depois das exibições de Carlos
Malta & Pife Muderno, Cascabulho e Nação Pernambuco, na semana anterior, foi a vez do instrumentista Hermeto Pascoal, do
cantor Chico César e do bloco Ilê
Ayiê se apresentarem no festival,
que enfocou a música e a herança
afro-brasileira sob o pretexto de
homenagear os 500 anos do país.
Hermeto e sua banda foram
aplaudidos de pé por uma platéia
com mais de 2.000 pessoas que,
depois de exigir a volta do grupo
ao palco, foi embora mais cedo,
deixando o show principal do dia
(com Plas Johnson e Herlin Riley)
quase às moscas.
Anunciado como "o feiticeiro
do Brasil", Hermeto levou o público ao delírio, em vários momentos do show.
Primeiro citou a clássica "Summertime", de Gershwin, em meio
a um improviso com um copo de
coca-cola. Depois, sentou-se ao
piano acústico e, para surpresa de
muitos norte-americanos, tocou
uma versão sublime de "Round
Midnight", de Thelonious Monk.
Normalmente compenetrada, a
platéia da tenda de jazz parecia
outra, balançando-se nas cadeiras, ou mesmo dançando, ao som
do forró dissonante do alagoano e
sua banda.
Uma boa notícia para os paulistanos é que Hermeto toca dia 18
de junho, no parque Ibirapuera,
durante a versão brasileira do
Montreux Jazz Festival.
Congo Square
Também bastante aplaudido,
Chico César atraiu cerca de 3.000
pessoas ao palco Congo Square,
onde costumam se exibir artistas
de diversas tendências da músicanegra internacional.
A diversidade sonora do cantor
compositor paraibano agradou a
platéia, que dançou até mesmo
um improvável carimbó.
Última atração brasileira da
sexta-feira, o bloco afro-baiano
Ilê Ayiê já encontrou uma platéia
bem menor que a de Chico César,
no Congo Square, mas impressionou os que ficaram com a força
rítmica de seu samba-reggae e a
beleza de suas dançarinas.
(CC)
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