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RELÂMPAGOS
Ninho de fada
JOÃO GILBERTO NOLL
Ele estava numa rinha pela
primeira vez. Olhava o tio,
presa fácil da fúria da pequena arena. Olhava os galos,
um extraindo do outro o
combustível da festa. Estar
ali provocava nele a sensação de fraqueza. A sua própria respiração disparada o
suplantava. Era tudo eloquente demais, voraz. Seu
andamento parecia atolado.
Refratário ao jogo, incapaz.
Então ele entrou naquela casa. Encontrou a mulher deitada, pálida, com cara de enferma. Ela lhe pediu água,
ofegante. A pia. O copo. Encheu-o. Ajudou-a a tomar.
Lá fora, os homens gritavam. Ouviu a voz do tio.
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