São Paulo, sábado, 08 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TV

No último episódio, assistido anteontem por 51,1 milhões de pessoas, Rachel e Ross ficam juntos e Chandler e Monica adotam gêmeos

Mil vêem o final de "Friends" ao ar livre

RAFAEL CARIELLO
DE NOVA YORK

Fãs, ex-fãs e jornalistas mal-humorados se reuniram anteontem à noite, num cinema ao ar livre em Nova York, para acompanhar o desfecho dos dez anos de amizade, pouca cerveja e muito café dos personagens de "Friends" e, lógico, o "happy end" de Rachel e Ross -sim, eles trocam juras de amor, beijos e ficam (ufa!) finalmente juntos. O capítulo foi assistido por 51,1 milhões de pessoas.
Entre os ex-fãs -resultado da longevidade da série-, Dan Mendelow, 28, e Jessica Hass, 28, que estenderam sua esteira no gramado do Píer 25, simulacro de drive-in reservado pelo festival de cinema de Tribeca, que acontece nesses dias na cidade, para a ocasião. Cerca de outras mil pessoas também apareceram por lá.
Jessica diz que já foi fã de "Friends". "Mas é difícil seguir um show por dez anos", explica. Dan afirma que costumava acompanhar os episódios dos primeiros cinco anos. "As pessoas estão cansadas dos personagens, e o seriado não é mais tão engraçado", ele continua.
Cyndie Gradi, 26, aguarda sozinha o início da transmissão. Diz viver num apartamento do West Village -reduto de jovens e estudantes de Manhattan onde se passa a série- e freqüentar cafés similares ao Central Perk, ponto de encontro dos personagens já trintões de Friends. "Sim, me identifico com eles."
Os mais novos passaram a acompanhar o seriado recentemente, como Rachel Bernard, 23 -que, apesar do nome, diz ser tão "sem filtro entre o que pensa e o que diz" quanto Phoebe, a amiga neo-hippie maluquinha-, e Aneel Lakhani, 22. "Era muito nova quando começou", diz Rachel. "Também passei a ver de uns quatro anos pra cá", ele diz.
Atarefado, o correspondente e crítico de cinema da BBC nos EUA Tom Brook topa conversar por um momento. "Não é das minhas séries favoritas", confessa, após ser convencido de que suas declarações vão para o Brasil e ninguém, nunca, vai saber o que ele disse.
"Acho que não é muito imaginativa. Gosto de "Sex and the City". Está bom? Com licença, tenho que ir trabalhar." De fato, vai começar a transmissão.

Rocambole
Após uma hora de clipes dos melhores momentos da série -como se as inúmeras reprises em vários canais da TV americana não bastassem-, estamos finalmente no apartamento de Ross. Rachel veio se despedir, eles se beijaram e dormiram juntos.
Mas ela parece mesmo decidida a seguir para seu novo emprego em Paris (todo personagem em fim de série americana nesses dias ameaça trocar Nova York pela capital francesa, sabe-se lá por quê).
Enquanto o paleontólogo decide se vai atrás dela ou não, Monica e Chandler descobrem que vão adotar gêmeos (acertaram a adoção com Érica, a mãe, antes de ela dar a luz às crianças, mas ela, burrinha, não entendeu quando o médico lhe disse que esperava não apenas um, mas dois bebês).
A platéia acompanha -quase sempre- a claque do programa e bate palmas nos intervalos. O diretor de marketing da General Motors, que patrocina o evento, aparece para sortear um rádio, "grande prêmio da noite". Uns dez gaiatos batem palmas.
Quando Ross se decide, "vou atrás dela", muitos aplausos na platéia. Erra de aeroporto. O vôo atrasa. Ross chega, se declara, mas ela diz que agora não dá mais e embarca.
Na volta para casa, um recado na secretária. Rachel diz que também o ama. Ele a ouve pedindo para sair do avião, antes da decolagem. A ligação é interrompida. "Você saiu?", ele grita para a máquina. "Saí", responde a amada, que surge em carne e osso pela porta. Sem dúvida, eles viveriam felizes para sempre numa novela mexicana.
O seriado será substituído por "Joey", que vai explorar a ida do personagem de Matt LeBlanc para Hollywood.


Texto Anterior: Rodapé: Banana neobarroca
Próximo Texto: Artes plásticas: 26ª Bienal terá entrada gratuita
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.