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TV
No último episódio, assistido anteontem por 51,1 milhões de pessoas, Rachel e Ross ficam juntos e Chandler e Monica adotam gêmeos
Mil vêem o final de "Friends" ao ar livre
RAFAEL CARIELLO
DE NOVA YORK
Fãs, ex-fãs e jornalistas mal-humorados se reuniram anteontem
à noite, num cinema ao ar livre
em Nova York, para acompanhar
o desfecho dos dez anos de amizade, pouca cerveja e muito café dos
personagens de "Friends" e, lógico, o "happy end" de Rachel e
Ross -sim, eles trocam juras de
amor, beijos e ficam (ufa!) finalmente juntos. O capítulo foi assistido por 51,1 milhões de pessoas.
Entre os ex-fãs -resultado da
longevidade da série-, Dan
Mendelow, 28, e Jessica Hass, 28,
que estenderam sua esteira no
gramado do Píer 25, simulacro de
drive-in reservado pelo festival de
cinema de Tribeca, que acontece
nesses dias na cidade, para a ocasião. Cerca de outras mil pessoas
também apareceram por lá.
Jessica diz que já foi fã de
"Friends". "Mas é difícil seguir
um show por dez anos", explica.
Dan afirma que costumava acompanhar os episódios dos primeiros cinco anos. "As pessoas estão
cansadas dos personagens, e o seriado não é mais tão engraçado",
ele continua.
Cyndie Gradi, 26, aguarda sozinha o início da transmissão. Diz
viver num apartamento do West
Village -reduto de jovens e estudantes de Manhattan onde se passa a série- e freqüentar cafés similares ao Central Perk, ponto de
encontro dos personagens já trintões de Friends. "Sim, me identifico com eles."
Os mais novos passaram a
acompanhar o seriado recentemente, como Rachel Bernard, 23
-que, apesar do nome, diz ser
tão "sem filtro entre o que pensa e
o que diz" quanto Phoebe, a amiga neo-hippie maluquinha-, e
Aneel Lakhani, 22. "Era muito nova quando começou", diz Rachel.
"Também passei a ver de uns quatro anos pra cá", ele diz.
Atarefado, o correspondente e
crítico de cinema da BBC nos
EUA Tom Brook topa conversar
por um momento. "Não é das minhas séries favoritas", confessa,
após ser convencido de que suas
declarações vão para o Brasil e
ninguém, nunca, vai saber o que
ele disse.
"Acho que não é muito imaginativa. Gosto de "Sex and the
City". Está bom? Com licença, tenho que ir trabalhar." De fato, vai
começar a transmissão.
Rocambole
Após uma hora de clipes dos
melhores momentos da série
-como se as inúmeras reprises
em vários canais da TV americana não bastassem-, estamos finalmente no apartamento de
Ross. Rachel veio se despedir, eles
se beijaram e dormiram juntos.
Mas ela parece mesmo decidida
a seguir para seu novo emprego
em Paris (todo personagem em
fim de série americana nesses dias
ameaça trocar Nova York pela capital francesa, sabe-se lá por quê).
Enquanto o paleontólogo decide se vai atrás dela ou não, Monica e Chandler descobrem que vão
adotar gêmeos (acertaram a adoção com Érica, a mãe, antes de ela
dar a luz às crianças, mas ela, burrinha, não entendeu quando o
médico lhe disse que esperava
não apenas um, mas dois bebês).
A platéia acompanha -quase
sempre- a claque do programa e
bate palmas nos intervalos. O diretor de marketing da General
Motors, que patrocina o evento,
aparece para sortear um rádio,
"grande prêmio da noite". Uns
dez gaiatos batem palmas.
Quando Ross se decide, "vou
atrás dela", muitos aplausos na
platéia. Erra de aeroporto. O vôo
atrasa. Ross chega, se declara, mas
ela diz que agora não dá mais e
embarca.
Na volta para casa, um recado
na secretária. Rachel diz que também o ama. Ele a ouve pedindo
para sair do avião, antes da decolagem. A ligação é interrompida.
"Você saiu?", ele grita para a máquina. "Saí", responde a amada,
que surge em carne e osso pela
porta. Sem dúvida, eles viveriam
felizes para sempre numa novela
mexicana.
O seriado será substituído por
"Joey", que vai explorar a ida do
personagem de Matt LeBlanc para Hollywood.
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