São Paulo, sábado, 08 de maio de 2004

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ARTES PLÁSTICAS

Presidente da instituição disse que buscará apoio privado

26ª Bienal terá entrada gratuita

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A 26ª Bienal Internacional de São Paulo, programada para ser aberta em 25 de setembro, terá entrada gratuita. O anúncio foi feito, ontem, pelo presidente da Fundação Bienal, Manoel Francisco Pires da Costa, em solenidade que contou também com a presença do ministro da Cultura, Gilberto Gil, e do secretário municipal da Cultura, Celso Frateschi, entre outros.
O projeto de gratuidade da Bienal tem como título "Movimento Arte Democracia".
Já é a segunda vez que se anuncia a gratuidade da Bienal. Há dois anos, o então presidente da Fundação Bienal, o arquiteto Carlos Bratke, buscou recursos para liberar as catracas da 25ª edição da mostra, na época estimados em R$ 2 milhões, mas não obteve patrocínio.
"Eu não me lembro dessa proposta, mas eu não estou prometendo, estou dizendo: ela vai ser gratuita", afirmou Pires da Costa, em entrevista coletiva.
Orçada em R$ 18 milhões, o dobro da edição anterior, a 26ª edição da mostra internacional já tem destinados, por meio de uma emenda ao orçamento da União, em 2004, proposta pela bancada paulista no Congresso, R$ 12,5 milhões, de acordo com o presidente da fundação.
Entretanto esse valor não é dinheiro garantido. Apenas ontem, por exemplo, foi liberada a parte final do montante prometido para 2002, R$ 3 milhões, quando o valor total prometido era de R$ 9 milhões. "Estamos buscando apoio também com a iniciativa privada, é até possível que não utilizemos todo o dinheiro previsto pela emenda", afirmou Pires da Costa.
Gilberto Gil não quis falar em valores específicos a serem destinados pelo Ministério da Cultura para a realização da mostra. "Colaboramos da forma regular como costumamos fazer. Ontem mesmo liberamos valores antigos. Nós não temos participação em termos práticos. O Ministério propõe, instiga, dá orientação e só eventualmente contribui com algum recurso", afirmou o ministro. Gilberto Gil, na solenidade que antecipou a coletiva, conclamou que outras instituições seguissem a iniciativa da Bienal: "Faço um apelo público às instituições culturais que garantam o acesso gratuito às exposições que organizam".
O ministro defendeu que a gratuidade é uma forma de democratizar o acesso à arte contemporânea, considerada por ele como "elitista": "A arte contemporânea brasileira está sustentada em paradigmas internacionais, sem ligação com a expressão nacional".
O curador da 26ª Bienal, Alfons Hug, não concordou com Gil: "Acho que a arte brasileira tem um forte conteúdo local, tanto no material utilizado quanto na forma. A modernidade teve várias vertentes, e a arte brasileira tem uma visão dessa modernidade muito particular".
Além da gratuidade, Pires da Costa anunciou também um convênio com a Faap, pelo qual a faculdade se compromete a fornecer estudantes para atuarem como monitores na Bienal, sem gerar custos para a instituição. "Esse convênio é importante, pois não adianta só trazer gente, mas também é preciso garantir a fruição adequada da arte contemporânea", disse o presidente.


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