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ARTES PLÁSTICAS
Presidente da instituição disse que buscará apoio privado
26ª Bienal terá entrada gratuita
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
A 26ª Bienal Internacional de
São Paulo, programada para ser
aberta em 25 de setembro, terá
entrada gratuita. O anúncio foi
feito, ontem, pelo presidente da
Fundação Bienal, Manoel Francisco Pires da Costa, em solenidade que contou também com a
presença do ministro da Cultura,
Gilberto Gil, e do secretário municipal da Cultura, Celso Frateschi,
entre outros.
O projeto de gratuidade da Bienal tem como título "Movimento
Arte Democracia".
Já é a segunda vez que se anuncia a gratuidade da Bienal. Há dois
anos, o então presidente da Fundação Bienal, o arquiteto Carlos
Bratke, buscou recursos para liberar as catracas da 25ª edição da
mostra, na época estimados em
R$ 2 milhões, mas não obteve patrocínio.
"Eu não me lembro dessa proposta, mas eu não estou prometendo, estou dizendo: ela vai ser
gratuita", afirmou Pires da Costa,
em entrevista coletiva.
Orçada em R$ 18 milhões, o dobro da edição anterior, a 26ª edição da mostra internacional já
tem destinados, por meio de uma
emenda ao orçamento da União,
em 2004, proposta pela bancada
paulista no Congresso, R$ 12,5
milhões, de acordo com o presidente da fundação.
Entretanto esse valor não é dinheiro garantido. Apenas ontem,
por exemplo, foi liberada a parte
final do montante prometido para 2002, R$ 3 milhões, quando o
valor total prometido era de R$ 9
milhões. "Estamos buscando
apoio também com a iniciativa
privada, é até possível que não
utilizemos todo o dinheiro previsto pela emenda", afirmou Pires da
Costa.
Gilberto Gil não quis falar em
valores específicos a serem destinados pelo Ministério da Cultura
para a realização da mostra. "Colaboramos da forma regular como costumamos fazer. Ontem
mesmo liberamos valores antigos. Nós não temos participação
em termos práticos. O Ministério
propõe, instiga, dá orientação e só
eventualmente contribui com algum recurso", afirmou o ministro. Gilberto Gil, na solenidade
que antecipou a coletiva, conclamou que outras instituições seguissem a iniciativa da Bienal:
"Faço um apelo público às instituições culturais que garantam o
acesso gratuito às exposições que
organizam".
O ministro defendeu que a gratuidade é uma forma de democratizar o acesso à arte contemporânea, considerada por ele como
"elitista": "A arte contemporânea
brasileira está sustentada em paradigmas internacionais, sem ligação com a expressão nacional".
O curador da 26ª Bienal, Alfons
Hug, não concordou com Gil:
"Acho que a arte brasileira tem
um forte conteúdo local, tanto no
material utilizado quanto na forma. A modernidade teve várias
vertentes, e a arte brasileira tem
uma visão dessa modernidade
muito particular".
Além da gratuidade, Pires da
Costa anunciou também um convênio com a Faap, pelo qual a faculdade se compromete a fornecer estudantes para atuarem como monitores na Bienal, sem gerar custos para a instituição. "Esse
convênio é importante, pois não
adianta só trazer gente, mas também é preciso garantir a fruição
adequada da arte contemporânea", disse o presidente.
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