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ILUSTRADA
Governo do país proíbe a realização de "Amnesia", que seria co-produzido pela França
Filme de Makhmalbaf é censurado no Irã
DA REDAÇÃO
O diretor iraniano Mohsen
Makhmalbaf, autor de "A Caminho de Kandahar", não obteve
permissão do Ministério de Cultura e Orientação Islâmica do Irã
para realizar seu próximo projeto,
disse ontem a sociedade francesa
que é co-produtora do filme.
"Amnesia", escrito por Makhmalbaf, deveria começar a ser rodado em Teerã nos próximos meses. "O filme era uma mensagem a
favor da liberdade de criação,
através da história real de um censor de filmes cego", explicou a co-produtora.
Comédia
Para tentar escapar da censura,
o produtor de um outro filme iraniano, "Marmoulak" (o lagarto),
marcou uma sessão especial com
dois aiatolás que querem proibir a
exibição da fita, que já é um sucesso no país. O produtor Manouchehr Mohammadi disse que esperava convencer os líderes islâmicos de que a comédia não tinha
como objeto as autoridades religiosas do país. "Quem se opõe baseia seus julgamentos naquilo que
ouviu dos que não conseguiram
entender a verdadeira mensagem
do filme", disse o produtor.
Mohammadi disse que os aiatolás Naser Makarem Shirazi e Ahmad Jannati concordaram em assistir ao filme em sessão fechada.
"Esperamos acabar com as ambiguidades depois do encontro
com Shirazi e Jannati, cujas opiniões são decisivas para nós".
Jannati, que declarou não ter
visto o filme, disse nesta semana
que sua exibição deve ser confrontada, pois "o filme ridiculariza os clérigos, cria corrupção social". A produção narra as aventuras de um ladrão que se disfarça
de religioso para escapar da prisão e descobre as vantagens da vida dos clérigos no Irã. Seu lançamento foi atrasado em um mês
enquanto os censores discutiam
se deviam proibi-lo, e o filme ganhou o apreço dos moderados,
que destacaram as transformações morais do protagonista.
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