São Paulo, sexta, 8 de maio de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ACONTECE NO RIO
Lenine refaz contato com os cariocas

da Sucursal do Rio

A leitura eletrônica de ritmos nordestinos de Lenine é um dos destaques de um fim-de-semana cheio de atrações musicais, como o lado forrozeiro de Alceu Valença, a batida pop de Ed Motta e as canções de filmes brasileiros interpretadas por Cida Moreira.
Há 18 anos morando no Rio, o pernambucano Lenine apresenta no teatro Rival o show "O Dia em que Faremos Contato", baseado no CD homônimo, que lançou no final do ano passado.
No show inicial, em outubro de 97, 10 mil pessoas se reuniram na ponte Maurício de Nassau, no Recife (PE), para assistir a Lenine tocar. No lançamento carioca, o Canecão ficou lotado.
Embora até agora não esteja muito presente na mídia, Lenine costuma atrair muita gente para seus shows no Brasil e no exterior, como no Japão.
Algumas de suas músicas já se tornaram sucessos televisivos, como "Hoje Eu Quero Sair Só", da trilha sonora da minissérie "Dona Flor e Seus Dois Maridos", e "Dois Olhos Negros", da novela "Era Uma Vez", ambas da Globo.
Apaixonado pelo ritmo cadenciado do maracatu pernambucano, Lenine vive hoje antenado com o mundo, desenvolvendo um trabalho que define como "música popular planetária" ou "música popular babilônica".
Neste final de século, em que impera a chamada globalização dos mercados, ele acredita que alguns estilos musicais já caminham para uma unidade.
Por isso, diz, antes de ouvir a língua do cantor, "não dá para perceber pelo arranjo se ele é malinês, paquistanês ou americano".
Para Lenine, sua música tem esse acento internacional. "Sou um sujeito muito volúvel e estou sempre atrás de estímulos. Eu me aproprio de qualquer estilo para viabilizar as idéias."
Elogiado pela crítica, esse disco ganhou uma roupagem futurista, com ruídos e sons que remetem o ouvinte para uma viagem espacial de ficção científica, outra das paixões de Lenine.
"O que é futuro e o que é passado? Todas as letras do disco levam a isso", diz, completando: "Os sons, todos os ruídos e arranjos do show são bem fiéis ao disco".
Ele, porém, promete "uma abertura" no roteiro do show. A maioria das músicas é do CD "O Dia em que Faremos Contato", mas Lenine e sua banda apresentam também novas composições e sucessos do penúltimo trabalho, "Olho de Peixe".
Este CD é encarado como "um divisor de águas" em sua carreira, pois lhe abriu o mercado externo. Desde o seu lançamento, em 93, o músico já fez várias turnês por cidades dos EUA, Europa e Japão.
Os que não conhecem Lenine poderão se surpreender no show ao identificar algumas de suas músicas, já consagradas por artistas como Elba Ramalho e Fernanda Abreu.
Acompanham Lenine no show Pantico Rocha (bateria), Marcos Lobo (percussão), Pedro Sá (guitarra) e Rodrigo Bartolo (baixo).

Show: O Dia em que Faremos Contato
Artista: Lenine
Onde: teatro Rival (r. Álvaro Alvim, 33, Cinelândia, centro, tel. 021/240-4469)
Quando: hoje, às 19h; amanhã, às 20h
Quanto: R$ 20



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.