São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2011

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CRÍTICA ROCK

The Kills volta mais pop, mas preserva peso e sensualidade

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO

Depois que o White Stripes acabou, o lugar de casal mais consistente do rock ficou ocupado pelo Kills. Formada em 2000, a dupla chega ao quarto disco, o mais bem resolvido de sua barulhenta carreira.
"Blood Pressures" traz os vocalistas e guitarristas Jamie Hince e Alison Mosshart de novo reunidos após a participação da garota no Dead Wheater, banda comandada por Jack White.
Alison emprestou vocais e beleza ao projeto em dois CDs, "Horehound" (2009) e "Sea of Cowards" (2010).
Essa "joint venture" entre White Stripes e The Kills parece ter feito bem à moça. O novo álbum traz a mistura de blues e rock de garagem dos três primeiros discos do Kills. As batidas fortes "brigando" com a voz melódica de Alison, que tanto sucesso renderam ao grupo nos shows, não foram abandonadas, ainda bem. Mas há novidades. E boas.
Sem tirar o pé do acelerador, a dupla criou algumas canções mais palatáveis. "Satellite", o primeiro single, é quase pop. Em "The Last Goodbye", a dupla chega a momentos de delicadeza.
Um pouco mais de suavidade pode ser justamente o que faltava para o estouro definitivo do Kills. Porque essa dupla de apelidos misteriosos sempre exibiu os ingredientes restantes para a fórmula do sucesso, desde o ótimo álbum de estreia "Keep on Your Mean Side", de 2003.
O inglês Hince, apelidado "Hotel", é uma fábrica de riffs de guitarra incisivos, poderosos. Sabe como fisgar corações roqueiros. A americana Alison, chamada de "VV", é linda, tem voz grave que lembra uma Patti Smith jovem e no palco se transforma em uma espécie de magneto com roupa de couro. É simplesmente impossível tirar os olhos dela.
Se rock and roll e atração sexual sempre andaram juntos, com Alison Mosshart essa combinação é mortal.

BLOOD PRESSURES

ARTISTA The Kills
LANÇAMENTO Lab 344
QUANTO R$ 26, em média
AVALIAÇÃO ótimo


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