DANIEL CASTRO
da Reportagem Local

"Órfãos" da Musical FM (105,7) criaram no último sábado em São Paulo o "Movimento dos Sem Rádio", formado por ouvintes que exigem uma emissora que só toque música popular brasileira. O movimento nasceu em uma reunião entre 43 pessoas no bar Café do Bexiga (região central), um antigo reduto dos apreciadores de MPB.
Os "sem rádio" decidiram promover uma passeata na próxima sexta-feira, às 18h, do vão livre do Masp, na avenida Paulista, até os estúdios da Musical FM, na Bela Vista (região central).
Eles vão protestar contra a mudança na programação da emissora, que no último dia 1º trocou a MPB por músicas evangélicas. A rádio, do grupo L&C, foi alugada durante os próximos quatro anos, por R$ 3 milhões anuais, para uma gravadora ligada às igrejas Assembléia de Deus, Comunidade da Graça e Evangelho Quadrangular.
O movimento também formou uma comissão para averiguar a legalidade desse contrato.
Desde o dia 1º, os órfãos da Musical travam uma campanha na Internet, numa corrente que já atingiu mais de 500 pessoas, incluindo artistas e políticos.
O movimento já tem dois sites (http://sites.uol.com.br/semradio/index.htm e http://www.terravista.pt/fernoronha/3347/), além de uma lista de discussões (movimentosemradio@egroups.com). No primeiro site, há um link para envio de mensagens ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Luiz Casali, diretor do grupo L&C, acha louvável o movimento, mas diz que o contrato com a gravadora gospel é legal e será cumprido. A rádio dava prejuízo, diz.


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