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ANÁLISE
Temporada foi pobre em musicais
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
A Disney não estreou nada novo,
como o recente mega-sucesso
multicultural "The Lion King"; os
teatros Off Broadway nada criaram que chegasse perto dos também multiculturais "Bring in 'da
Noise" e "Rent"; e Londres nada
exportou, em musical.
O resultado se viu anteontem à
noite, na entrega dos prêmios
Tony, que retratou a mais pobre
-e nacionalisteira- temporada
musical na Broadway, em Nova
York, desde o início da década.
O coração do teatro nos EUA
acabou premiando como remontagem de musical uma versão para
turistas de "Annie Get Your Gun",
sobre Buffalo Bill e seu show de faroeste. Como musical inédito, uma
revista, "Fosse", que pasteuriza velhos quadros do coreógrafo norte-americano Bob Fosse.
Outros equívocos ficaram para
trás, esquecidos pelo Tony e pelas
bilheterias, como "Civil War", sobre a Guerra Civil americana, ou as
remontagens também "cívicas" de
"Parade" e "On the Town" -grandes fracassos, respectivamente,
dos diretores Harold Prince e
George C. Wolfe.
E assim, pelo fracasso dos musicais, a temporada 98/99 na Broadway era chamada, anteontem, de
"a temporada das peças sérias",
não-musicais. Mas também aí com
um viés empobrecedor.
Os prêmios barraram os textos
inéditos de impacto, todos ingleses
-como os três de David Hare, que
nem foram indicados, "Ashes to
Ashes", de Harold Pinter, ou as
produções da nova dramaturgia,
caso de Patrick Marber.
Como peça inédita, venceu "Side
Man", que está para sair de cartaz.
Como remontagem, a cinquentenária "A Morte do Caixeiro Viajante", de Arthur Miller -que se
uniu a Tennessee Williams e Eugene O'Neill, também remontados,
para revelar, na verdade, a crise do
"teatro sério" americano.
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