São Paulo, Terça-feira, 08 de Junho de 1999
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ANÁLISE
Temporada foi pobre em musicais

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

A Disney não estreou nada novo, como o recente mega-sucesso multicultural "The Lion King"; os teatros Off Broadway nada criaram que chegasse perto dos também multiculturais "Bring in 'da Noise" e "Rent"; e Londres nada exportou, em musical.
O resultado se viu anteontem à noite, na entrega dos prêmios Tony, que retratou a mais pobre -e nacionalisteira- temporada musical na Broadway, em Nova York, desde o início da década.
O coração do teatro nos EUA acabou premiando como remontagem de musical uma versão para turistas de "Annie Get Your Gun", sobre Buffalo Bill e seu show de faroeste. Como musical inédito, uma revista, "Fosse", que pasteuriza velhos quadros do coreógrafo norte-americano Bob Fosse.
Outros equívocos ficaram para trás, esquecidos pelo Tony e pelas bilheterias, como "Civil War", sobre a Guerra Civil americana, ou as remontagens também "cívicas" de "Parade" e "On the Town" -grandes fracassos, respectivamente, dos diretores Harold Prince e George C. Wolfe.
E assim, pelo fracasso dos musicais, a temporada 98/99 na Broadway era chamada, anteontem, de "a temporada das peças sérias", não-musicais. Mas também aí com um viés empobrecedor.
Os prêmios barraram os textos inéditos de impacto, todos ingleses -como os três de David Hare, que nem foram indicados, "Ashes to Ashes", de Harold Pinter, ou as produções da nova dramaturgia, caso de Patrick Marber.
Como peça inédita, venceu "Side Man", que está para sair de cartaz. Como remontagem, a cinquentenária "A Morte do Caixeiro Viajante", de Arthur Miller -que se uniu a Tennessee Williams e Eugene O'Neill, também remontados, para revelar, na verdade, a crise do "teatro sério" americano.


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