São Paulo, domingo, 08 de julho de 2007

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Na casa do Gordo

Há 18 anos na Rede Globo, Fausto Silva afirma que "maior erro é não mexer em time que está ganhando'

MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Faltam três minutos para entrar no ar. Programa ao vivo, como nos primórdios da televisão, é sinônimo de correria nos bastidores.
Uma banda começa a tocar hits para agitar a platéia de 450 pessoas que aguarda no Projac. "Trinta segundos", soa uma voz no estúdio F, dando o ultimato para que entre no ar o "Domingão do Faustão", 954 programas e 18 anos na TV Globo, apresentado pelo ex-radialista Fausto Silva, 57, o verborrágico Faustão, que mantém quase a mesma rotina semanalmente, de altos e baixos -o que define como "desvios de rota".
Quando chegou à emissora, egresso da Band -onde fazia o boêmio "Perdidos na Noite"-, teve a missão de levantar a audiência dominical. No meio do caminho, apelou para baixarias históricas como o Latininho e o sushi erótico, episódios que ele mesmo faz questão de lembrar e, logo em seguida, refutar.
"É só fazer uma pesquisa na história da TV para ver que não dura. Nós erramos também, mas, se o "Domingão" não tivesse seguido 99% o caminho do popular de bom nível, o programa não teria a quantidade de anunciantes que tem", decreta.
Água e café servidos por um garçom no palco, camarim refrigerado e amigos que o acompanham desde o início da carreira na TV fazem daquele lugar uma espécie de casa, onde ele conversa com os convidados e recebe livros, CDs e DVDs de famosos ou aspirantes. "Isso aqui é receita de mãe", diz, sobre a fórmula do programa.
Avesso a entrevistas, ele falou com a Folha nos intervalos do "Domingão", na semana passada, quando fez uma análise de sua permanência na emissora.
Sobre a concorrência e os momentos de agonia do final dos anos 90 e início de 2000, quando perdia sucessivamente para o SBT no Ibope, Faustão recorre ao futebol. "São fases: o esporte ensina que é preciso ter a mesma tranqüilidade quando você ganha de 5 a 0 ou perde de 10 a 0. O maior erro é dizer que não se mexe em time que está ganhando. Esse tipo de programa é um desafio: tem que agradar a todo mundo, não é segmentado."
"Eu sempre estou insatisfeito", comenta, ao explicar porque o "Domingão" procura, a cada temporada, trazer um novo quadro. Exemplo disso é a estréia, hoje, do "Circo do Faustão", atração adaptada do "Circo dos Famosos", formato que, no mesmo estilo da "Dança dos Famosos" e da "Dança no Gelo", coloca celebridades para aprender artes circenses em um exercício de supera- ção pessoal.


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