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CRISE NO "BRITPOP'
Brasil e Índia mercado emergente de discos
de Londres
A indústria internacional de discos não deve temer a saturação
dos grandes e tradicionais mercados consumidores de música porque ainda tem muito o que explorar nos países emergentes.
A opinião é de Catrin Hughes,
diretora de Comunicação da IFPI
(sigla em inglês para Federação Internacional da Indústria Fonográfica), que representa 1,3 mil gravadoras em todo o mundo.
Hughes afirmou que mercados
como o brasileiro e indiano, em
especial, têm um potencial "massivo" de crescimento.
"Mesmo que estivesse havendo
uma crise de vendas em países como os Estados Unidos, o que eu
não acredito, acho que não há nenhuma razão para a indústria ficar
pessimista", disse Hughes em entrevista à Folha.
O Brasil já é o sexto maior consumidor de discos do mundo. No
ano passado, os brasileiros gastaram US$ 1,2 bilhão na compra de
CDs, LPs e fitas cassetes.
Foi mais do que o dobro do que
os italianos gastaram no mesmo
período (US$ 593,29 milhões) e
quase o triplo do consumo dos
mexicanos (US$ 472,26 milhões).
O fato de que 70% do consumo
no Brasil correspondeu à compra
de música nacional não é, de acordo com Hughes, uma preocupação.
No ano passado, por exemplo,
os discos de maior vendagem no
país foram de Zezé de Camargo &
Luciano, É o Tchan, Netinho, Só
pra Contrariar e Titãs.
Esta semana, pesquisa do Nopem indica que, entre os dez CDs
mais vendidos nas lojas de São
Paulo, oito são nacionais.
As gravadoras dos principais artistas são mesmo multinacionais
e, além disso, a tendência seria sinal de um mercado "maduro".
Pirataria
O que é, de fato, uma fonte de
preocupação para a indústria do
som no Brasil é, segundo Hughes,
a pirataria.
Um levantamento feito pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica em 1996 mostrou
que 45% do mercado fonográfico
brasileiro é movimentado por
vendas piratas, o que corresponde
a US$ 200 milhões por ano.
Segundo Hughes, 95% de todo o
mercado de fitas cassete no país é
abastecido atualmente por produtos piratas.
Em 1996, isso correspondeu à
venda de 60 milhões de fitas, dos
quais 30 milhões vieram do Paraguai.
A pirataria de CDs foi estimada
em 3,1 milhões de unidades, mas a
indústria teme que esse número
aumente, e venha a ameaçar a produção nacional.
Em novembro do ano passado, a
IFPI fez sua reunião de diretoria
no Brasil. Na ocasião, a organização entrou em contato com ministros de Estado para tentar chamar
a atenção para o problema.
(IV)
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