São Paulo, quarta, 8 de julho de 1998

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OURO PRETO 300 ANOS
Cantor toca hoje no 30º Festival de Inverno
Milton Nascimento leva tambores a MG

LEANDRO FORTINO
da Reportagem Local

Milton Nascimento é a grande atração da noite de hoje na 30ª edição do Festival de Inverno de Ouro Preto (MG), que também marca o aniversário de 300 anos da cidade de Aleijadinho.
A apresentação na praça Tiradentes não poderia ser mais adequada. O cantor leva a sua terra natal o show "Tambores de Minas", que já passou pelo Sul e Sudeste do Brasil e depois segue para o Nordeste.

Folha - O que diferencia esse show dos outros de sua carreira?
Nascimento -
Ele tem uma mistura das festas de Minas, desde o uso da vestimenta e também dos tambores, que são tocados ao vivo durante o show. Uma coisa interessante é que tem nove rapazes que fazem acrobacia, cantam e tocam e seis músicos.
Folha - Como foi a sua participação no "Acústico" da Rita Lee?
Nascimento -
Foi uma coisa muito emocionante. Conheço a Rita Lee desde a época dos Mutantes, mas a gente, por timidez dos dois lados, nunca se cruzou em um palco. Quero fazer mais. Quero compor com ela, quero me agarrar. Já tem uma letra dela lá no meu quarto, mas ainda vou ver quando vou lançar.
Folha - E o seu acústico?
Nascimento -
Eu já fiz vários acústicos. "Planeta Blue Na Estrada do Sol" é um disco acústico que gravei há muito tempo, antes do acústico começar a virar moda. É um dos meus discos mais bonitos. Então, não estou muito preocupado em fazer uma coisa acústica, porque eu já fiz.
Folha - E sobre a sua participação no filme "O Viajante", do Paulo Cezar Saraceni?
Nascimento -
Essa é outra coisa da minha vida que eu tenho fascinação. Comecei a compor por causa do cinema. Eu e o Marcio Borges, do Clube da Esquina, assistimos a "Jules e Jim". Assistimos a três sessões seguidas e depois fizemos três músicas: "Novena", "Gira Girou" e "Crença". Quando o Saraceni apareceu me convidando para ser ator do filme quase desmaiei.
Folha - Por que você abandonou a boina?
Nascimento -
Não abandonei, não. No show eu faço um dos motivos do Aleijadinho e outro é um oxalá mineiro. Não tem sentido um oxalá com boina, não dá. E depois, é bom deixá-la descansar um pouquinho. Ela está muito metida, só dá ela.
Folha - Você já constatou algum reflexo do prêmio de world music no Grammy deste ano?
Nascimento -
Um dia depois de ganhar o prêmio recebi uma proposta que era para acontecer neste ano mesmo: ter uma noite minha no festival de Montreux, com os meus convidados. Não deu, mas no ano que vem eu vou sem pestanejar.



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