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OURO PRETO 300 ANOS
Cantor toca hoje no 30º Festival de Inverno
Milton Nascimento
leva tambores a MG
LEANDRO FORTINO
da Reportagem Local
Milton Nascimento é a grande
atração da noite de hoje na 30ª
edição do Festival de Inverno de
Ouro Preto (MG), que também
marca o aniversário de 300 anos
da cidade de Aleijadinho.
A apresentação na praça Tiradentes não poderia ser mais adequada. O cantor leva a sua terra
natal o show "Tambores de Minas", que já passou pelo Sul e
Sudeste do Brasil e depois segue
para o Nordeste.
Folha - O que diferencia esse
show dos outros de sua carreira?
Nascimento - Ele tem uma
mistura das festas de Minas, desde o uso da vestimenta e também
dos tambores, que são tocados
ao vivo durante o show. Uma
coisa interessante é que tem nove
rapazes que fazem acrobacia,
cantam e tocam e seis músicos.
Folha - Como foi a sua participação no "Acústico" da Rita Lee?
Nascimento - Foi uma coisa
muito emocionante. Conheço a
Rita Lee desde a época dos Mutantes, mas a gente, por timidez
dos dois lados, nunca se cruzou
em um palco. Quero fazer mais.
Quero compor com ela, quero
me agarrar. Já tem uma letra dela
lá no meu quarto, mas ainda vou
ver quando vou lançar.
Folha - E o seu acústico?
Nascimento - Eu já fiz vários
acústicos. "Planeta Blue Na Estrada do Sol" é um disco acústico que gravei há muito tempo,
antes do acústico começar a virar
moda. É um dos meus discos
mais bonitos. Então, não estou
muito preocupado em fazer uma
coisa acústica, porque eu já fiz.
Folha - E sobre a sua participação no filme "O Viajante", do
Paulo Cezar Saraceni?
Nascimento - Essa é outra
coisa da minha vida que eu tenho
fascinação. Comecei a compor
por causa do cinema. Eu e o Marcio Borges, do Clube da Esquina,
assistimos a "Jules e Jim". Assistimos a três sessões seguidas e
depois fizemos três músicas:
"Novena", "Gira Girou" e
"Crença". Quando o Saraceni
apareceu me convidando para
ser ator do filme quase desmaiei.
Folha - Por que você abandonou a boina?
Nascimento - Não abandonei,
não. No show eu faço um dos
motivos do Aleijadinho e outro é
um oxalá mineiro. Não tem sentido um oxalá com boina, não
dá. E depois, é bom deixá-la descansar um pouquinho. Ela está
muito metida, só dá ela.
Folha - Você já constatou algum reflexo do prêmio de world
music no Grammy deste ano?
Nascimento - Um dia depois
de ganhar o prêmio recebi uma
proposta que era para acontecer
neste ano mesmo: ter uma noite
minha no festival de Montreux,
com os meus convidados. Não
deu, mas no ano que vem eu vou
sem pestanejar.
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