DA REPORTAGEM LOCAL

"Heavy Metal", heavy metal, tudo a mesma coisa. Que nada: em maiúsculas e com aspas, o termo dá nome a uma das principais antologias de quadrinhos adultos da década de 70, lançada originalmente na França, como "Metal Hurlant", levada aos EUA em 1978 e eternizada em película, em 1981, numa animação que o Cinemax exibe amanhã, às 21h30.
Aqui, como na revista, espécie de bíblia para os fãs de ficção científica da época, o território é bem demarcado: metrópoles futuristas, viajantes intergaláticos e muita, mas muita mulher nua.
Ainda que Moebius, um dos fundadores da "Metal Hurlant" francesa, deixe de colocar a mão na massa nessa animação, dividida em oito mini-histórias, suas extravagantes referências visuais são nítidas do começo ao fim da fita, das paisagens ciberpunk de "Harry Canyon" aos terrenos áridos de "Taarna".
Outro ponto alto de "Heavy Metal" -o filme- é a participação de Richard Corben, quadrinista norte-americano que empresta os personagens de sua série "Den" para a adaptação animada.
Nesse caso, nem os cerca de mil animadores profissionais que imprimiram suas digitais no trabalho braçal de execução do filme apagaram a força do traço expressionista de Corben, seu senso de humor afiado e, como muitos outros do "clube" da revista, sua fixação por heroínas de seios fartos.
Os créditos da produção incluem ainda o nome de outros feras das HQs de ficção e horror, como Berni Wrightson, de " Monstro do Pântano", e Howard Chaykin, de "American Flagg".
Enfim -e até para fazer jus ao nome-, "Heavy Metal" não poderia deixar de brindar o espectador com uma dose do bom, velho e malvado rock'n'roll dos anos 70: tem Black Sabbath, Grand Funk Railroad, Nazareth, Cheap Trick... (DA)