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São Paulo, sexta-feira, 08 de agosto de 2003

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RUÍDO

Paulinho volta ao disco depois de quatro anos

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo Paulinho da Viola está em finalização, após quatro anos de afastamento do artista do disco. Será a trilha sonora de "Paulinho da Viola - Meu Tempo É Hoje", que sai no fim do ano pela independente Biscoito Fino, consolidando sua saída da BMG.
Segundo a Biscoito Fino, em 80% dos casos serão aproveitadas as próprias gravações inseridas no documentário de Izabel Jaguaribe. Paulinho deve regravar em estúdio dois ou três de seus clássicos em voz e violão. Também se reuniu com o grupo Nó em Pingo d'Água para refazer "Um Sarau para Raphael".
Marisa Monte autorizou a inclusão dos dois duetos que fez com Paulinho, de "Carinhoso" (de Pixinguinha) e "Dança da Solidão". Há encontros musicais com Zeca Pagodinho, Marina Lima, Amélia Rabello, Velha Guarda da Portela e outros.
A edição de "Meu Tempo É Hoje" adia, mais uma vez, a intenção do músico de gravar um disco só com músicas de outros autores. "Eu vou gravar. Um dia eu vou gravar", afirma ele. Avisa, no entanto, que tem composto sambas inéditos.

O NÃO-LANÇAMENTO

A figura híbrida de Silvio César costuma ser associada à bossa nova devido a composições como "Pra Você", gravada pela MPB num espectro que vai de Elizeth Cardoso a Roberto Carlos. Mas ele era ligado ao núcleo do balanço da bossa, de nomes como Ed Lincoln e Orlandivo. Na Odeon do início dos anos 70, ele esteve ao lado de Doris Monteiro na invenção de algo que poderia se chamar samba-bossa-rock, que cravejou pedrinhas preciosas como "Beco sem Saída", "O Machão", "Menina, Você Tem Muito que Aprender" e "O Herói", que frequentam até hoje os salões do samba-rock. As três estavam no "Silvio César" de 1971, que está fora do catálogo da EMI.

RAPS & REPS
O ministro Gilberto Gil lançou a idéia na abertura do "Agosto Negro", mas já havia gente colocando em prática. O Museu da Pessoa promove na próxima quinta-feira, no Sesc Vila Mariana, o "Encontro de Rappers e Repentistas", que incluirá um duelo de rimas improvisadas entre os repentistas nordestinos Sebastião Marinho e Andorinha e o grupo paulista de hip hop Z'África Brasil.

TINHORÃO EM DEBATE
José Ramos Tinhorão, o mais controverso crítico musical dos anos 60, vai à berlinda mais uma vez. Ele, que foi o principal opositor histórico da bossa nova, por julgá-la americanizada, será entrevistado na próxima quarta-feira pelo músico Edson Natale dentro do ciclo "Jogo de Idéias", no Itaú Cultural (0/xx/11/3268-1776), às 19h30, com entrada franca.

MEIO PREÇO
A Sony desova nova série de CDs "Best Price", recomendando às lojas que vendam cada título a R$ 15, em média. Entre eles estão toda a discografia de Djavan na gravadora, "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" e CDs recentes de Skank, Jota Quest, Planet Hemp, Cidade Negra e Adriana Calcanhotto. Há quatro títulos inéditos em CD: "Negra Elza - Elza Negra" (80), de Elza Soares, "Cynara e Cybele" (68), de duas das meninas do Quarteto em Cy, "Claudio Zoli" (86) e "Pelo Sim pelo Não" (85), de Claudio Nucci e Zé Renato.

psanches@folhasp.com.br

DONATO MODERNO
Depois de reeditar os raríssimos "The Music of Mr. Jobim" (66), de Sylvia Telles, e "A Bossa Negra" (61), de Elza Soares, a Dubas volta à carga. É vez do essencial "A Bossa Muito Moderna de João Donato e Seu Trio" (63).


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