São Paulo, quarta-feira, 08 de agosto de 2007

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Crítica

Bertolucci explicita abismo entre cineastas

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O cinema tem simpatias. As minhas nunca foram para o lado de Bernardo Bertolucci e, de certa forma, "O Conformista" (TC Cult, 19h55) sempre me deixou gelado.
É como se a estranha aventura de Marcello Clerici (Jean-Louis Trintignant), o conformista do título, fosse abafada sob tanta estética. Outro dia, peguei na TV, por acaso, o final do filme. No ponto em que estava, a estranha aventura não interessava mais nada. Interessava, sim, a beleza de cada cena, de cada gesto, das luzes e dos movimentos.
O filme versa sobre um fascista, mais por preguiça ou fraqueza. Antes de tudo um acomodado, a quem é dada a tarefa de vigiar um professor, o homem que foi seu mentor.
O que impressiona nisso tudo? A percepção, imediata, do abismo que existe entre um cineasta de primeira linha, simpático ou não a cada um de nós, e os talentos medianos, medíocres ou nulos que ocupam a TV (para não falar nos cinemas). Esse abismo que a TV permite ver de cara é o que importa.


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