São Paulo, sexta, 8 de agosto de 1997.



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MÚSICA
Acordo firmado entre empresário e MTV para trazer banda ao Brasil em janeiro atrai possibilidade de patrocínio
Coca-Cola se diz interessada no U2

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local

Após o anúncio, anteontem, da parceria entre a MTV e o empresário carioca Franco Bruni para viabilizar a turnê "PopMart", do U2, no Brasil, a Coca-Cola, tradicional patrocinadora de megaeventos no país, já pisca o olho na direção da banda irlandesa.
"A Coca-Cola está muito interessada em entrar no negócio. Já havíamos recebido seis ou sete promotores diferentes afirmando que trariam o U2 ao país, mas agora, com tudo mais definido, caminhamos para uma decisão rápida", diz o consultor de eventos da empresa, Salvador Zammatara.
Anteontem, a MTV anunciou oficialmente em São Paulo sua participação no projeto.
Se o patrocínio for viabilizado, o último show brasileiro (devem ser três: um no Maracanã, no Rio de Janeiro, dia 28 de janeiro de 98, e dois no Morumbi, em São Paulo, dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro) será transmitido ao vivo pela rede a todo o país, menos São Paulo.
"A MTV entra com a facilidade que possui em contatar patrocinadores. Sem isso, a turnê não será possível", afirma Bruni. "O prazo é apertado, temos até 29 deste mês para submeter ao U2 o rol de patrocinadores interessados."
Bruni, empresário hoje mais ligado a eventos esportivos para as Forças Armadas e atividades assistencialistas, afirma que negocia com o U2 há sete anos.
"Em 1990, me associei ao italiano Francesco Tomasi, o promotor da turnê européia do U2. A banda se interessou pelo fundo assistencialista da minha atividade, e desde então tenho o compromisso firmado com eles. Estamos apalavrados também com o Pink Floyd."
"A MTV está colocando sua força para a viabilizar o show. Nossa diretoria comercial vai centralizar a campanha", afirma o diretor de publicidade, Guilherme Valentini.
O diretor geral de negócios da MTV, André Mantovani, detalha as propostas de patrocínio: "Temos dois modelos, de um patrocinador principal, que arcaria com US$ 5 milhões, mais dois co-patrocinadores de US$ 2,5 milhões cada, ou de quatro patrocinadores por US$ 2,5 milhões cada".
O cachê da banda, segundo a MTV e Bruni, é de cerca de US$ 8 milhões. Bruni afirma que o preço dos ingressos deve oscilar entre R$ 30, no mínimo, e R$ 55, no máximo, para setores como arquibancadas e gramado.
Prazo final e infra-estrutura
A 22 dias desse prazo final, não há nenhum patrocínio fechado ainda. "O processo só não está mais avançado por causa do tumulto criado pelos outros promotores. A disputa interna inflou os preços do show", diz Bruni.
"Estive num banco, por exemplo, e me disseram que quatro outros promotores já haviam colocado propostas. Como alguém poderia fechar um patrocínio assim?"
Já há também um acordo firmado com a produtora executiva Backstage, responsável pela infra-estrutura de shows como os de Madonna e Rolling Stones.
"Temos um contrato de risco. Se os patrocínios acontecerem mesmo, passamos para o contrato formal", afirma o proprietário da Backstage, Nelson Druckerr.
Ele diz que a pequena tradição de Bruni em megaeventos não é fator de preocupação. "Ele mostrou que tem facilidades com a banda. Se se cercar de gente boa do mercado, não haverá problemas."



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