DA REDAÇÃO

Para Alzira Alves de Abreu, um dos principais desafios foi tratar de temas recentes ao lado de fatos já celebrizados pela historiografia.
"Como podemos avaliar, com nossa experiência contemporânea, fatos muito próximos? É uma questão difícil, ainda que se busque trabalhar com o máximo de isenção possível. Mas o dicionário também é fruto de determinado contexto. Entrego-o ao julgamento dos leitores e pesquisadores que dele se utilizarem", diz.
Da primeira edição, de 1984, muita coisa foi mantida, mas, segundo a organizadora, o novo momento histórico do país exigiu várias mudanças. "Era preciso aumentar, por exemplo, a presença da mídia entre os verbetes, pois esta teve sua participação ampliada depois da redemocratização."

Tendência
O dicionário, ao valorizar as biografias de personagens em detrimento dos verbetes temáticos, resgata um modelo historiográfico deixado um pouco de lado.
Desde que os estudiosos da "nova história" -surgida na França no final dos anos 20 com a criação da Escola dos Annales- passaram a centrar sua atenção nas mudanças estruturais de longa duração e nos aspectos mais cotidianos da vida das populações, tanto as biografias como batalhas pontuais ou relatos de fatos "heróicos" foram deixados de lado.
Apenas recentemente, a biografia tem sido revalorizada pela pesquisa histórica, tendência da qual o "Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro" é exemplo. (SC)



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