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ANIVERSÁRIO
Caderno atravessa quatro gerações incentivando leitores de 6 a 13 anos à leitura e à conquista da autonomia
Folhinha completa 40 anos brincando de ler
MÔNICA RODRIGUES DA COSTA
EDITORA DA FOLHINHA
Qual a importância do aniversário de 40 anos da Folhinha? Em
primeiro lugar, a Folha persiste,
em um país com 30 milhões de
analfabetos funcionais (com escolaridade inferior a quatro séries
concluídas), em editar um produto cultural de incentivo à leitura.
Em segundo lugar, a Folhinha
estimula a imaginação de seus leitores, crianças de seis a 13 anos,
com material inédito dos melhores autores nacionais: Ferreira
Gullar, Manoel de Barros, Milton
Hatoum, Nelson Ascher, Marilene Felinto, entre outros. Também
colaboraram desde os anos 70 Tatiana Belinky, Ruth Rocha, Luis
Fernando Verissimo, José Paulo
Paes, Augusto de Campos, Paulo
Leminski e Paulo Ronai, entre outros.
O caderno ajuda as crianças a
adquirir velocidade de leitura dos
quadrinhos de autores de talento
-todo mundo sabe que o gibi alfabetiza milhões de crianças.
"Geraldinho", de Glauco (lançado pela ex-editora Bell Kranz e
atual editora do Equilíbrio), liderou pesquisas de opinião do Datafolha entre crianças por longo
tempo. A criadora da Folhinha,
Lenita Miranda de Figueiredo, fez
estrear no caderno a Turma da
Mônica, de Mauricio de Sousa,
nos anos 60; "Bruxinha", para
crianças que não sabiam ler, foi
um pedido da ex-editora da Folhinha Cecília Zioni a Eva Furnari
na década de 70.
"Chiquinha", versão da "Radical Chic", de Miguel Paiva, circulou nos anos 90, assim como
"Zau", de Ziraldo, "Deusinho", de
Kipper, "Ozzy", de Angeli.
Essas quatro jornalistas, as editoras da Folhinha até hoje, acompanharam quatro gerações de leitores. Incentivaram o protagonismo e a conquista da autonomia.
Cada uma no seu estilo. Lenita inventou a participação do leitor no
jornal. Zioni marcou as edições
destacando a produção literária
nacional para o público infanto-juvenil. Kranz renovou o repertório gráfico e era craque em inventar ângulos novos para preocupações arquetípicas. Nos anos 90, a
Folhinha abriu espaço para os
problemas da infância brasileira.
Ao leitor são oferecidas informações de repertórios variados:
esporte, ciência, saúde, economia,
história. Atletas deram entrevistas: Raí, Paula, Guga, Muller. Políticos ocupados receberam e recebem os repórteres-crianças, como
a prefeita Marta Suplicy e o ex-governador Paulo Maluf; o ex-senador José Serra e o presidente Lula.
Qual é o resultado de tudo isso?
Ler sobre o que se gosta, seja notícia de passeio ou da descoberta do
genoma humano, é uma brincadeira de aprender a ler. As palavras, o mundo.
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