São Paulo, quarta-feira, 08 de setembro de 2004

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FILMES

Intercine
Globo, 1h55.

O inédito "Meu Adorável Sonhador" (Just the Ticket, França/EUA, 1999, dirigido por Richard Wenk, com Andy Garcia, Andie MacDowell) e a reprise "Servindo em Silêncio" (Serving in Silence: The Margarethe Cammermeyer Story, EUA, 1995, dirigido por Jeff Bleckner, com Glenn Close, Judy Davis) são os candidatos a passar nesta quarta-feira.

O Submundo
SBT, 2h35.
  
(The Underworld). EUA, 1997. Direção: Rod Holcomb. Com Kevin Pollak, Josh Charles, Felicity Huffman, Chris Sarandon. Ao sair da cadeia (pagando pelo crime de outro), ex-bandido quer abandonar o crime e influenciar ex-colegas para que façam o mesmo. Mas nem todos querem vê-lo na boa. Filme para TV, escrito por Christopher McQuerrie, o mesmo de "Os Suspeitos" -do qual também participou Pollak.

Caçador de Kickboxers
Globo, 3h50.
 
(Bounty Tracker). EUA, 1993. Direção: Kurt Anderson. Com Lorenzo Lamas, Matthias Hues, Cyndi Pass. Johnathan Damone (Lamas) é um caçador de recompensas que tem seu irmão morto pela bandidagem. A partir daí, toma a atitude padrão nesse tipo de filme: vai à forra.

O Velho e o Mar
SBT, 4h.
 
(The Old Man and the Sea). EUA, 1958, 86 min. Direção: John Sturges. Com Spencer Tracy, Felipe Pazos. O filme conta a épica batalha de um pescador contra o mar e seus elementos, na busca por um peixe que ele está decidido a pescar. Filme baseado no romance de Ernest Hemingway, que, apesar de todo mundo achar infilmável, teve mais três versões (incluindo uma búlgara) depois desta. Bem, todo mundo tinha razão. Só para São Paulo.

Religiosidade e perversão

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DE CINEMA

Que os personagens de Buñuel têm mais de uma cara, não há nenhuma dúvida. O problema é saber que caras são essas, já que normalmente o que melhor os define é um certo retiro, onde não se deixam ver.
Assim é o Don Lopez (Fernando Rey) de "Tristana" (Telecine Classic, 21h). Assim é a própria Tristana, aliás Catherine Deneuve. Os dois são possivelmente os atores mais buñuelescos que já existiram. Podemos olhar durante dias para o rosto de Deneuve e nada ali parece se passar. No entanto, se passa. Desde ser a jovem agregada que se deixa seduzir pelo velho até trocá-lo pelo jovem Franco Nero, até voltar ao velho.
Em Buñuel como em Hitchcock, no mais, a perversidade espreita os personagens. O desvio pelo perverso é como que um corolário obrigatório da religião.

SÉRIE

Novo "reality" mostra rotina em aeroporto

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DA REDAÇÃO

Há certas situações, principalmente quando se trata de atendimento ao consumidor, que acreditamos só acontecerem no Brasil. "Linha Aérea", série que mostra o cotidiano de uma companhia aérea norte-americana, conta outra história: o dito Primeiro Mundo também se move a "burrocracia" e "jeitinho".
O episódio de estréia começa com a discussão, no check-in, entre uma supervisora e um casal que não quer pagar a passagem de seu filho de colo. A supervisora sustenta que os pais precisam provar que o bebê tem menos de 18 meses. Sem documentos, os obriga a ligar para o hospital onde a criança nasceu, sem efeito.
Meia hora de discussão depois, com os pais fazendo um escândalo e o vôo partindo em dez minutos, Anita informa ao casal que eles podem ser reembolsados se, posteriormente, mostrarem a certidão de nascimento.
Uma vez embarcados, a supervisora explica a situação para a câmera: "Às vezes dá pra saber a idade do bebê só pelo rosto, mas não no caso daquele... a menos que ela [a mãe] fosse boazinha."
A série, que, como quase tudo nestes dias, é vendida como "reality show", tem momentos interessantes, como um comissário que afirma se encaixar "no estereótipo" ("35 anos, solteiro e comissário de bordo"; a conclusão é deixada para o espectador) e uma gerente de atendimento que precisa localizar uma celebridade pop no aeroporto e, no minuto seguinte (em feliz ironia), lidar com o resultado da diarréia de um cão.
Tem também comissários de bordo que cantam e fazem piadas durante o vôo, supervisoras que precisam lidar com passageiros-problema e situações do cotidiano de um grande aeroporto, local sempre propício a boas histórias. Para quem gosta do estilo "a vida como ela (supostamente) é", dessa vez na aviação, fica diante de um prato cheio.


LINHA AÉREA. Quando: estréia hoje, às 22h, no A&E Mundo

Excepcionalmente hoje não é publicada a coluna de Esther Hamburguer



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