São Paulo, quinta-feira, 08 de setembro de 2005

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MÚSICA

Whitesnake e Judas Priest tocam seus principais hits; apresentações acontecem hoje no Rio e amanhã em São Paulo

Show reúne velha-guarda do heavy metal

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO A PORTO ALEGRE

Investir seu dinheiro em um show do velho heavy metal é mais ou menos como investir em um fundo de renda fixa: é uma aplicação conservadora, quase sem riscos e com retorno garantido.
Tome-se, por exemplo, a apresentação que chega amanhã a São Paulo, reunindo duas lendas da velha-guarda do rock pesado, Whitesnake e Judas Priest: o fã que pretende investir não espera surpresas. Ele quer ver os hits de sempre e o desempenho espetacular capitaneado por David Coverdale e Rob Halford.
Pelo que se viu em Porto Alegre, onde começou a turnê brasileira, anteontem à noite, o retorno é garantido -e, em São Paulo, ainda haverá o bônus do Angra abrindo os shows.
Na capital gaúcha, diante do Gigantinho com apenas metade da capacidade (6.500 pessoas) tomada, Coverdale e sua trupe abriram os trabalhos com a dobradinha "Burn"/"Storm Bringer" e enfileiraram hits como "Love Ain't No Stranger" e "Gimme All Your Love", além de"Is This Love" (que o vocalista, cafajeste como só, introduziu dizendo "finalmente nos encontramos, Porto Alegre; eu pergunto, isso é amor?").
Como ele próprio definiu em entrevista à Folha, Coverdale é o Whitesnake; seus acompanhantes são apenas escada para que o ex-vocalista do Deep Purple mostre seus dotes de clone de Robert Plant. Há que se fazer jus, no entanto, ao baterista Tommy Aldridge, que parece uma versão mumificada de Gustavo Kuerten, mas que espanca a bateria tal qual o Bam Bam, dos Flintstones. Questionado sobre o fato de ser agrupado com o Judas Priest sob o gênero heavy metal, Coverdale rechaçou: "Não gosto do rótulo. Prefiro dizer que somos um grupo de hard rock". Se as incontáveis baladas do Whitesnake já não fossem prova suficiente da razão que o vocalista tem, quando a Rob Halford sobe ao palco as diferenças ficam nítidas.
O Judas Priest é uma das mais perfeitas encarnações do heavy metal: tem a noção exata da importância da teatralidade (Halford usa pelo menos quatro figurinos), e suas músicas são formadas por peso, solos e agudos do vocalista, em impressionante boa forma física e vocal.
Aqui, novamente, não há surpresas: o Judas apresenta os velhos sucessos. Exatamente aquilo que os investidores procuram.


Whitesnake e Judas Priest
Quando: hoje no Rio às 21h; amanhã em São Paulo, às 19h (abertura dos portões às 15h)
Onde: Claro Hall (av. Ayrton Senna, 3000, Barra da Tijuca, RJ, tel 0/xx/21/ 2156-7300) e Arena Skol - Anhembi (Al. Olavo Fontoura, 1.209, SP, tel. 0/xx/11/ 6846-6000)
Quanto: Rio: de R$ 120 a R$ 250; São Paulo: R$ 100 (meia-entrada para estudantes)
O jornalista Marco Aurélio Canônico viajou a convite da CIE Brasil
Colaborou Daniel Buarque, da Reportagem Local


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