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MÚSICA
Whitesnake e Judas Priest tocam seus principais hits; apresentações acontecem hoje no Rio e amanhã em São Paulo
Show reúne velha-guarda do heavy metal
MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO A PORTO ALEGRE
Investir seu dinheiro em um
show do velho heavy metal é mais
ou menos como investir em um
fundo de renda fixa: é uma aplicação conservadora, quase sem riscos e com retorno garantido.
Tome-se, por exemplo, a apresentação que chega amanhã a São
Paulo, reunindo duas lendas da
velha-guarda do rock pesado,
Whitesnake e Judas Priest: o fã
que pretende investir não espera
surpresas. Ele quer ver os hits de
sempre e o desempenho espetacular capitaneado por David Coverdale e Rob Halford.
Pelo que se viu em Porto Alegre,
onde começou a turnê brasileira,
anteontem à noite, o retorno é garantido -e, em São Paulo, ainda
haverá o bônus do Angra abrindo
os shows.
Na capital gaúcha, diante do Gigantinho com apenas metade da
capacidade (6.500 pessoas) tomada, Coverdale e sua trupe abriram
os trabalhos com a dobradinha
"Burn"/"Storm Bringer" e enfileiraram hits como "Love Ain't No
Stranger" e "Gimme All Your Love", além de"Is This Love" (que o
vocalista, cafajeste como só, introduziu dizendo "finalmente nos
encontramos, Porto Alegre; eu
pergunto, isso é amor?").
Como ele próprio definiu em
entrevista à Folha, Coverdale é o
Whitesnake; seus acompanhantes são apenas escada para que o
ex-vocalista do Deep Purple mostre seus dotes de clone de Robert
Plant. Há que se fazer jus, no entanto, ao baterista Tommy Aldridge, que parece uma versão
mumificada de Gustavo Kuerten,
mas que espanca a bateria tal qual
o Bam Bam, dos Flintstones.
Questionado sobre o fato de ser
agrupado com o Judas Priest sob
o gênero heavy metal, Coverdale
rechaçou: "Não gosto do rótulo.
Prefiro dizer que somos um grupo de hard rock". Se as incontáveis baladas do Whitesnake já não
fossem prova suficiente da razão
que o vocalista tem, quando a Rob
Halford sobe ao palco as diferenças ficam nítidas.
O Judas Priest é uma das mais
perfeitas encarnações do heavy
metal: tem a noção exata da importância da teatralidade (Halford usa pelo menos quatro figurinos), e suas músicas são formadas por peso, solos e agudos do
vocalista, em impressionante boa
forma física e vocal.
Aqui, novamente, não há surpresas: o Judas apresenta os velhos sucessos. Exatamente aquilo
que os investidores procuram.
Whitesnake e Judas Priest
Quando: hoje no Rio às 21h; amanhã em
São Paulo, às 19h (abertura dos portões
às 15h)
Onde: Claro Hall (av. Ayrton Senna,
3000, Barra da Tijuca, RJ, tel 0/xx/21/
2156-7300) e Arena Skol - Anhembi (Al.
Olavo Fontoura, 1.209, SP, tel. 0/xx/11/
6846-6000)
Quanto: Rio: de R$ 120 a R$ 250; São
Paulo: R$ 100 (meia-entrada para
estudantes)
O jornalista Marco Aurélio Canônico
viajou a convite da CIE Brasil
Colaborou Daniel Buarque, da Reportagem Local
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