São Paulo, sexta-feira, 08 de setembro de 2006

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CDs

Trash Metal
Christ Illusion
     
SLAYER
Gravadora:
Warner Music Quanto: R$ 30, em média
Primeiro álbum do quarteto oriundo da Califórnia com a volta de sua formação original (leia-se o magistral Dave Lombardo nas baquetas), "Christ Illusion" é, antes de qualquer coisa, uma reafirmação. A banda se concentra em sua própria história, pontuada por grandiosidades como "Reign in Blood" e "Seasons in the Abyss", para reprojetar o urro de Tom Araya num libelo contra a guerra religiosa, em violências da linha de "Jihad" e "Cult". Velocidade e técnica? Sim, sem dúvida, mas a serviço do niilismo, acima de tudo. Trata-se aqui da lição que o punk perdeu no século 21.
POR QUE OUVIR: O duo de guitarras de Kerry King e Jeff Hanneman é crucial no gênero, e a reunião, sob a bênção do produtor Rick Rubin, é honesta. (MÁRVIO DOS ANJOS)

Eletrônico/pop
Singles
    
NEW ORDER
Gravadora:
Warner Quanto: R$ 50, em média
Essa nova coletânea reúne em dois CDs 31 canções do grupo que retorna ao Brasil este ano. Claro que predomina o clima de "mais do mesmo", mas agora a desculpa é que entram canções dos dois discos mais recentes da banda. Em conjunto, ficam evidentes três fases do New Order. "Ceremony" mostra uma banda em busca de um caminho, quando ainda eram apenas a "nova banda dos caras do Joy Division"; "Blue Monday", "The Perfect Kiss" e afins são os clássicos que ajudaram a definir a cultura pop e eletrônica dos anos 80, enquanto a fase mais recente, de "Crystal", registra uma banda roqueira, em busca das suas raízes.
POR QUE OUVIR: porque o New Order ajudou a moldar a eletrônica dos 80 e, por extensão, da música atual. Hoje, estão historicamente do lado do Kratwerk. Seus hits são ícones das pistas. (BRUNO YUTAKA SAITO)

Jazz
Pointless Nostalgic
   
JAMIE CULLUM
Gravadora:
Deckdisc Quanto: R$ 30, em média
O cantor inglês, atualmente em turnê pelo Brasil, tinha 22 anos em 2002, quando gravou este álbum independente que ele mesmo bancou. Versões de standards como "I Can't Get Started", "Devil May Care" e a monkiana "Well, You Needn't" tornam este CD o mais jazzístico dos três lançados pelo cantor, mas em "Ain't Necessarily So" já se podia vislumbrar a mistura de pop, funk e jazz que ele desenvolveu nos álbuns seguintes. Hoje, Cullum é um fenômeno comercial com mais de 4 milhões de discos vendidos. A irônica "I Want to Be a Popstar", que fecha o álbum, perdeu seu sentido original: Cullum também virou popstar.
POR QUE OUVIR: Apesar de uma certa semelhança vocal com Harry Connick Jr., em algumas faixas, o estreante Cullum já dava aqui uma consistente mostra de seu talento como intérprete. (CARLOS CALADO)

Instrumental
Foto do Satélite
   
ARISMAR DO ESPÍRITO SANTO
Gravadora:
Maritaca Quanto: R$ 26, em média
Arismar do Espírito Santo é freqüentemente identificado como "multiinstrumentista", mas esse aparente elogio não pode ofuscar o bom compositor que ele é. Todas as 16 faixas deste CD são criações suas, cabendo nesse grupo sambas jazzificados como "Vestido Longo" e "Tidinho", sambas repletos de síncopas como a faixa-título, sambas-de-gafieira como "Conversa de Músico", balanços suaves como "Serena", o lamento sertanejo "Cadê a Marreca" e a bossa para menores "Brincadeira de Criança". O conjunto é diversificado e, embora longo, muito agradável.
POR QUE OUVIR: além da qualidade das composições, os músicos que tocam são a família (em alguns casos, literalmente) de Arismar, o que dá um entrosamento especial às interpretações. (LUIZ FERNANDO VIANNA)

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