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O novo clube do Milton
Cantor retoma raízes mineiras e reúne 25 jovens músicos no CD "...E a Gente Sonhando"
MARCUS PRETO
ENVIADO ESPECIAL A TRÊS
PONTAS (MG)
Construída na primeira
metade do século passado, a
casa mais famosa de Três
Pontas, no Sul de Minas Gerais, olha para a rua através
de três janelões verticais.
Por trás da fachada branca
há três quartos pequenos, sala de estar, sala de jantar, cozinha. E, ao fundo, um jardim onde estão plantadas
três bananeiras, duas jabuticabeiras e uma laranjeira.
Todas dão frutos.
Turistas, alguns vindos de
muito longe, rondam a construção com câmeras e olhos
curiosos. Foi ali que Milton
Nascimento, 67, viveu sua
primeira juventude, entre os
8 e os quase 20 anos. Ali, formou-se músico, escreveu
canções importantes.
Pois são justamente aquela cidade, a casa branca e a
juventude do artista que
compõem agora o tripé de
sustentação do seu próximo
álbum, "...E a Gente Sonhando", programado para chegar às lojas no final do mês.
Nele, Milton reuniu cerca
de 25 jovens músicos de Três
Pontas e redondezas -cantores, instrumentistas, compositores. E destacou, em números solos, três novas vozes
masculinas da cidade.
AFILHADOS
É algo semelhante ao que
fez no disco "Pietá" (2002),
quando amplificou aos ouvidos do Brasil -e do mundo-
as vozes das cantoras Marina
Machado, Simone Guimarães e Maria Rita.
Os afilhados de agora são
Bruno Cabral, 19, Ismael Tiso
Jr., 24, e Paulo Francisco, 27
-os dois últimos, parentes
de outro trespontano famoso, Wagner Tiso.
Milton foi apresentado à
maior parte desses músicos
pelo violonista Marco Elízeo,
também trespontano, durante a gravação do DVD de "Pietá", em 2006. De lá à concretização de "...E a Gente Sonhando", foram três anos de
preparativos.
"Quando a gente decidiu
que ia começar a gravar o CD,
uns já estavam na faculdade
no Rio, outros em São Paulo,
Belo Horizonte", diz Milton.
"Custou para conseguirmos
juntar todo mundo."
As gravações aconteceram
entre julho de 2009 e julho de
2010, inicialmente em Três
Pontas e depois no Rio de Janeiro, no estúdio caseiro de
Milton, na Barra.
A maior parte dos músicos
envolvidos no trabalho jamais havia pisado em um estúdio. "Você pode imaginar o
trabalho que eu tive?"
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