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CINEMA ESTRÉIAS
Falhas não abalam a volta de Austin Powers
da Redação
Shagadelic! Até que enfim, ele
está de volta. O "Homem Internacional do Mistério", Austin Powers, chega às telas do Brasil em
"Austin Powers, o Agente "Bond"
Cama", a esperada sequência de
um dos maiores fenômenos do cinema nos anos 90.
Tudo começou com a idéia do
ator Mike Myers de homenagear
seu pai, um excêntrico senhor inglês. O personagem viveria então
uma paródia aos filme de 007,
passada na Londres dos anos 60,
terra do amor livre, da diversão e
da inconsequência.
O vilão da história é o absurdo
Dr. Evil, que quer controlar a Terra e que, numa de suas escapadas,
se congela por 30 anos. Para poder perseguir a contento seu inimigo número 1, Austin (Perigo é
seu segundo nome) Powers também se congela -e depois vive as
diferenças entre os "swinging
60's" e os solitários anos 90.
O que aconteceu foi que essa
inofensiva bobagem virou um típico produto do boca-a-boca e a
sequência era questão de tempo.
Com seus dentes podres, suas
roupas cafonas e seu humor nem
um pouco politicamente correto,
Austin Powers conquistou, ele
sim, o mundo.
Se o primeiro filme tinha ritmo
mais arrastado e problemas de
edição, já na versão comercializada em vídeo ganhou mais agilidade. Agora que o personagem é
uma estrela, tem mais gás e, de
quebra, uma música-tema cantada por Madonna.
O "nonsense" total das situações e diálogos de Powers e do Dr.
Evil recomeçam bem nesse segundo filme, quando um programa de auditório tipo Oprah descobre o descompensado vilão e o
traz à TV para reencontrar seu filho, o rebelde Scott, na cena que
termina numa das melhores sequências do filme.
Em 99, descobrimos que a gritona Frau Farbissina finalmente
tem a atenção que merece e, de
quebra, assumiu "o amor que não
quer dizer seu nome" e arrumou
até uma namorada.
Volta à cena ainda o divertido
Mustafa, aquele que morreu queimado no esconderijo subterrâneo
do primeiro filme -contar mais
seria estragar metade da graça.
Se Heather Graham não chega a
conquistar corações com sua Felicity Façobem, o anão Mini-Mim
dá vontade de levar para casa, enquanto a escatologia de Igor Dão
certamente vai arrancar gargalhadas do público adolescente.
Os defeitos: Mike Myers não interpreta o Dr. Evil com tanto cuidado, ele está menos contido,
mais estabanado, e o próprio
Austin Powers entrou numa egotrip, justificando buracos no roteiro, merchandisings evidentes e
diálogos auto-referentes demais.
Tudo bem. Assim mesmo é
groovy, baby, yeah!
(ERIKA PALOMINO)
Avaliação:
Filme: Austin Powers, o Agente "Bond"
Cama
Direção: Jay Roach
Com: Mike Myers, Heather Graham,
Verne J. Troyer, Elizabeth Hurley
Onde: a partir de hoje, nos cines Astor,
Eldorado 2 e circuito
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