São Paulo, Sexta-feira, 08 de Outubro de 1999
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CINEMA ESTRÉIAS

Falhas não abalam a volta de Austin Powers

da Redação

Shagadelic! Até que enfim, ele está de volta. O "Homem Internacional do Mistério", Austin Powers, chega às telas do Brasil em "Austin Powers, o Agente "Bond" Cama", a esperada sequência de um dos maiores fenômenos do cinema nos anos 90.
Tudo começou com a idéia do ator Mike Myers de homenagear seu pai, um excêntrico senhor inglês. O personagem viveria então uma paródia aos filme de 007, passada na Londres dos anos 60, terra do amor livre, da diversão e da inconsequência.
O vilão da história é o absurdo Dr. Evil, que quer controlar a Terra e que, numa de suas escapadas, se congela por 30 anos. Para poder perseguir a contento seu inimigo número 1, Austin (Perigo é seu segundo nome) Powers também se congela -e depois vive as diferenças entre os "swinging 60's" e os solitários anos 90.
O que aconteceu foi que essa inofensiva bobagem virou um típico produto do boca-a-boca e a sequência era questão de tempo. Com seus dentes podres, suas roupas cafonas e seu humor nem um pouco politicamente correto, Austin Powers conquistou, ele sim, o mundo.
Se o primeiro filme tinha ritmo mais arrastado e problemas de edição, já na versão comercializada em vídeo ganhou mais agilidade. Agora que o personagem é uma estrela, tem mais gás e, de quebra, uma música-tema cantada por Madonna.
O "nonsense" total das situações e diálogos de Powers e do Dr. Evil recomeçam bem nesse segundo filme, quando um programa de auditório tipo Oprah descobre o descompensado vilão e o traz à TV para reencontrar seu filho, o rebelde Scott, na cena que termina numa das melhores sequências do filme.
Em 99, descobrimos que a gritona Frau Farbissina finalmente tem a atenção que merece e, de quebra, assumiu "o amor que não quer dizer seu nome" e arrumou até uma namorada.
Volta à cena ainda o divertido Mustafa, aquele que morreu queimado no esconderijo subterrâneo do primeiro filme -contar mais seria estragar metade da graça.
Se Heather Graham não chega a conquistar corações com sua Felicity Façobem, o anão Mini-Mim dá vontade de levar para casa, enquanto a escatologia de Igor Dão certamente vai arrancar gargalhadas do público adolescente.
Os defeitos: Mike Myers não interpreta o Dr. Evil com tanto cuidado, ele está menos contido, mais estabanado, e o próprio Austin Powers entrou numa egotrip, justificando buracos no roteiro, merchandisings evidentes e diálogos auto-referentes demais.
Tudo bem. Assim mesmo é groovy, baby, yeah!
(ERIKA PALOMINO)


Avaliação:    

Filme: Austin Powers, o Agente "Bond" Cama
Direção: Jay Roach
Com: Mike Myers, Heather Graham, Verne J. Troyer, Elizabeth Hurley
Onde: a partir de hoje, nos cines Astor, Eldorado 2 e circuito


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