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Brasileiro integra time de desenhistas
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Nadando entre os peixes graúdos do departamento de animação da DreamWorks, há um brasileiro: Fabio Lignini, 39, um dos
cinco supervisores de animação
de "O Espanta Tubarões".
Revelado pelo grupo que daria
origem à produtora Campo Quatro, hoje realizadora do Anima
Mundi, Lignini deixou o país nos
anos 80, contratado para trabalhar em Londres no estúdio Amblimation, de Steven Spielberg.
Em 95, quando Spielberg se associou a Jeffrey Katzenberg e David Geffen para criar a DreamWorks, Lignini entrou no barco.
De lá para cá, trabalhou em sucessos como "O Príncipe do Egito" e
"Caminho para Eldorado".
A seguir trechos da entrevista
por e-mail de Los Angeles.
Folha - Como começou a sua história com animação no Brasil?
Fabio Lignini - Meu treinamento
começou em 1985, quando fui escolhido para participar de um
curso da Embrafilme em parceria
com o National Film Board of Canada. O curso previa a criação de
um curta individual e um média-metragem produzido com os outros oito selecionados. Meu curta,
chamado "Quando os Morcegos
Calam", ganhou alguns prêmios
em festivais internacionais, o que
me abriu várias portas.
Folha - Qual foi o seu papel em "O
Espanta Tubarões"?
Lignini - Eu era um dos cinco supervisores de animação. Nosso
trabalho é cuidar das diferentes
seqüências do filme até que elas
sejam entregues ao diretor. Tivemos de analisar cenas de peixes
reais nadando para dar-lhes um
movimento convincente e assistimos às gravações das vozes dos
personagens. Com sorte o público
vai perceber uma semelhança divertida entre Will Smith, Robert
de Niro e Martin Scorsese e os
personagens do filme.
Folha - Ser estrangeiro dificultou
seu trabalho nesse mercado?
Lignini - Com a mudança da animação tradicional para o computador, para entrar no mercado é
preciso demonstrar não só um sólido conhecimento dos princípios
clássicos mas também uma flexibilidade técnica para ser treinado
em diferentes softwares. Na
DreamWorks, os estrangeiros são
a maioria, então me sinto em casa.
Há mais dois brasileiros lá: Ennio
Torresan e Lucia Modesto.
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