São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2004

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Brasileiro integra time de desenhistas

DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Nadando entre os peixes graúdos do departamento de animação da DreamWorks, há um brasileiro: Fabio Lignini, 39, um dos cinco supervisores de animação de "O Espanta Tubarões".
Revelado pelo grupo que daria origem à produtora Campo Quatro, hoje realizadora do Anima Mundi, Lignini deixou o país nos anos 80, contratado para trabalhar em Londres no estúdio Amblimation, de Steven Spielberg.
Em 95, quando Spielberg se associou a Jeffrey Katzenberg e David Geffen para criar a DreamWorks, Lignini entrou no barco. De lá para cá, trabalhou em sucessos como "O Príncipe do Egito" e "Caminho para Eldorado".
A seguir trechos da entrevista por e-mail de Los Angeles.
 

Folha - Como começou a sua história com animação no Brasil?
Fabio Lignini -
Meu treinamento começou em 1985, quando fui escolhido para participar de um curso da Embrafilme em parceria com o National Film Board of Canada. O curso previa a criação de um curta individual e um média-metragem produzido com os outros oito selecionados. Meu curta, chamado "Quando os Morcegos Calam", ganhou alguns prêmios em festivais internacionais, o que me abriu várias portas.

Folha - Qual foi o seu papel em "O Espanta Tubarões"?
Lignini -
Eu era um dos cinco supervisores de animação. Nosso trabalho é cuidar das diferentes seqüências do filme até que elas sejam entregues ao diretor. Tivemos de analisar cenas de peixes reais nadando para dar-lhes um movimento convincente e assistimos às gravações das vozes dos personagens. Com sorte o público vai perceber uma semelhança divertida entre Will Smith, Robert de Niro e Martin Scorsese e os personagens do filme.

Folha - Ser estrangeiro dificultou seu trabalho nesse mercado?
Lignini -
Com a mudança da animação tradicional para o computador, para entrar no mercado é preciso demonstrar não só um sólido conhecimento dos princípios clássicos mas também uma flexibilidade técnica para ser treinado em diferentes softwares. Na DreamWorks, os estrangeiros são a maioria, então me sinto em casa. Há mais dois brasileiros lá: Ennio Torresan e Lucia Modesto.


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